Jornal de Notícias

50 menções honrosas

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Dançam tão agarradinh­os S. João, que de certeza, Naquele par de velhinhos Ainda há muita chama acesa!... Tucha e Agostinho

Neste arraial que é a vida, Do nascer até à morte, Somos a folha perdida

De um grande trevo da sorte. Camila

S. João tem o seu tempo O tempo, a sua medida Mas passado esse tempo Só temos tempo p'rá vida Gonçalves

É tão curta a sua saia, Oh moça, que quando salta... O fogo quase desmaia,

E fica a chama mais alta Lana Caprina

Toda a lenha que queimaste Outrora, foi chama ardente Mas, do fogo que ateaste Não ficou brasa latente Lírio

Não sou brasa nem fogueira, Manjerico ou balão,

Sou uma pobre romeira Que dá vida ao S. João. Romeira

O cravo que tu me deste Aromas de abril soltou Vermelho no ar celeste Um grito de amor voou Ser Eu

Para a noitada não venha Só a de cara bonita Às vezes a pior lenha No melhor fogo crepita!... Vilsia

Ao tirares uma folhinha Do trevo que eu estimava, Tiraste a sorte que eu tinha Pois nessa folhinha estava!... Vilsia

Não me peças pra ser tua Antes de casar, Manel. Se tirar o mel à lua

Já não há lua de mel!... Salu

Por perder seu par, não queira Deixar de bailar, na vida Apaga-se uma fogueira Logo outra é acendida!

Zé do Porto

Moça solteira, não colhas Qualquer trevo ao Deus dará: Vê bem primeiro, nas folhas Se ele dá sorte ou não dá!... Guida

A cascata mais bonita Que eu encontrei na noitada Foi num vestido de chita A fios de oiro bordada Rodela

Quem me dera ser oleiro Das cascatas, São João, Ter um mundo por inteiro Na palma da minha mão. Afonsus

Novos e velhos, a rodos, Na rusga da mocidade... Parece que tem todos, S. João a mesma idade! Pinho

Minha vida é um balão Que em sonho sempre subiu; Sempre cheio de ilusão... E nunca do chão saiu. Carvamar

Não há lume que não tenha, Meu amor, calor agreste... Fosse a minha dor, a lenha, Da fogueira que acendeste! Fortal

Concede às bocas mendigas, Uma graça S. João. Bastava que hoje as cantigas, Se transforma­ssem em pão! Samanta

Uma mulher quando mente, Com uma voz amorosa. Lembra uma fonte atraente, Mas com água mal gostosa. Luna

São João – gente incontida... Vale a noite um ano inteiro. És trigo que nos traz vida E a tua festa – um celeiro!... Trabalha-a-Dor

Por eu ser um zé-ninguém Não te julgues a maior Um manjerico, meu bem Sem cheiro não tem valor Zeca

Essas fogueiras acesas, Que esta noite nos aquecem. Queimam também as tristezas, Que tanto nos arrefecem! Siul

Vem comigo, rapariga Anda saltar a fogueira Para não haver quem diga Que a graça morre solteira. Graça

Mas que importa eu ser de novo Fogueira morta na rua! As cinzas calca-as o povo, Mas a vida continua!... Katatua

Meu amor, olha que é tarde, Não saltes outra fogueira. Em casa, a lenha inda arde, Na nossa velha lareira!... Samanta

Manjerico abandonado, Esta noite em qualquer beira. Ou tem o vaso quebrado, Ou rama que já não cheira!... Verde Poeta

Os cabelos já são cinza, Olhos, fogueira apagada! No coração tenho ainda Tanta lenha não queimada!... Cachopas

Há neste mundo bizarro Uma cascata diferente Onde quem tem pés de barro Às vezes finge ser gente Afonsus

Não subas tanto o teu porte, Que a grandeza é uma ilusão. O trevo que nos dá sorte, Vive feliz junto ao chão. Gaby

Tenho dois filhos, cingidos Casamento, até à morte: Quatro corações unidos, Formando o trevo da sorte Mirrá

S. João se eu fosse agora, Como eu era antigament­e. Esta fonte que em mim chora, Cantaria de contente! Lukas

A tua saia rodada Lembra no baile a inflação: Se baixa, não se vê nada; Se sobe, é uma agitação... Olheiro

Quem amou a vida inteira É fonte que sempre corre; É chama de uma fogueira Que se apaga mas não morre. Vida inteira

Balão que o céu atravessa Rumo ao sonho que imagina, Sabe a gente onde começa, Mas não sabe onde termina... Madrigalv

Não tenhas lá muita fé No trevo que te enche a casa, A sorte é como a maré Tanto cresce como baza Rumor

A vida é curta. E daí,

Se o importante é vivê-la? Morre o balão, mal se ri, Mas depois de ser estrela... Estrela

São João é muito mais Que um dia no calendário: Vindo de avós e de pais Há já muito que é lendário. Dia

As mãos que estão a agarrar O balão que vai subir Também sabem amparar Um homem, p'ra não cair. Amparo

Muito trevo de má sina Se insinua ao nosso olhar: Colhi um, ainda menina... Sonhei sorte, trouxe azar. Cantarinha

Mais que os desejos mais puros No calor que pões na dança, Dão me os teus braços seguros Motivos para ter esperança... Taslima

Dança feliz na noitada Com três filhos, São João Leva dois numa braçada, O outro vai num balão. Stradivari­us

Eu sonho desde criança Com balões sempre em subida; Quem não sonha perde a esperança Do melhor que tem a vida. Agareno

A infância de antigament­e A que, saudoso, eu me agarro Na cascata está presente Nos seus bonecos de barro. Boneco

Enquanto o ar não se esgota E a Parca não corta o fio, Larga o leme, esquece a rota, São João é o teu navio! Nauta

Trevo infeliz não tem norte Nem condições para crescer, Aos filhos da pouca sorte Roubam o sonho ao nascer!... Metamorfos­e

Nas rodas do meu agrado A bailar nunca me encolho, Com uma de braço dado, Outra debaixo do olho... Galarós

Não há fogueira sem lenha Nem noitada sem balão Nem cascata que não tenha Bem escondido, um cagão. Lenha

Cascata tão pobrezinha Meia dúzia de figuras... Mas o amor que eu lhe tinha Punha-a sempre nas alturas... Figura

Não temas vir à cidade Em noite de mil encantos, São João, volta à vontade Que o vírus não pega aos santos...! Tutifruti

São quatro os nossos destinos Tu e eu num terno abraço, Mais dois trevos pequeninos Que crescem no teu regaço in Loco

OS AUTORES DAS QUADRAS PUBLICADAS RECEBERÃO PRÉMIOS

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