Povo revolta-se no funeral contra mãe de menina
PSP reforçou meios para conter indignação dirigida a Inês e aos três suspeitos detidos
TUMULTOS O funeral de Jéssica não foi pacífico e teve de contar com a PSP para proteger a mãe da criança. A população manifestou-se contra a mãe da menina que morreu, na segunda feira, por dívidas. Acusaram Inês de matar a filha, deixando-a com os raptores, enquanto “ia para o karaoke”, e ameaçaram-na de morte.
A PSP teve de reforçar o contingente nas cerimónias fúnebres, primeiro na capela da Igreja da Anunciada e depois no cemitério. Aqui, a PSP escoltou o carro fúnebre com a mãe no interior, enquanto populares batiam insistentemente no vidro da viatura. “Sai cá para fora”, “assassina”, “a culpa é tua”, gritaram dezenas de pessoas que acompanharam o enterro.
Paulo, o companheiro de Inês, ainda saiu por instantes. Inês nunca saiu. No fim, o carro fúnebre teve de sair em alta velocidade, para evitar a fúria dos amigos e vizinhos da menina.
Durante a tarde, cerca de uma centena de pessoas juntou-se à porta da PJ de Setúbal, aguardando pela saída dos suspeitos da morte de Jéssica. Também aqui, a PSP teve de separar as pessoas que tentavam chegar a Cristina, Justo e Esmeralda, que saíram da PJ rumo ao tribunal para conhecer as medidas de coação.
No tribunal, o aparato obrigou ao corte da estrada no acesso à respetiva garagem. Inês passou a noite em casa de familiares.