Portugal era base de rede de exploração sexual
Organização lucrava 120 mil euros por mês. Três detidos no país
OPERAÇÃO CLÁUDIA Uma rede de tráfico humano para fins sexuais, que lucrava 120 mil euros por mês, tinha em Portugal uma das suas bases. Entre as 14 buscas efetuadas nesta semana, quatro tiveram lugar no Algarve e Setúbal, onde foram detidos dois homens e uma mulher, dos nove brasileiros e um espanhol apanhados também em Espanha e França.
Eram estes que lideravam a organização criminosa suspeita de explorar sexualmente mais de cem vítimas, ao longo de vários anos. Todas eram mulheres brasileiras a residir ilegalmente em Portugal, Espanha e França, cujos serviços sexuais eram anunciados em sites de pornografia e redes sociais.
Os atos sexuais eram, depois, realizados em apartamentos e quartos de hotéis arrendados à semana. Só em França foram identificados 60 locais utilizados pela rede.
BANCOS PORTUGUESES
Fruto da exploração sexual, a organização criminosa lucrou, segundo cálculos feitos pela Europol, cerca de 120 mil euros. O dinheiro passava, posteriormente, por bancos portugueses, espanhóis e belgas para, através de um complexo esquema financeiro, ser branqueado.
A rede começou a ser investigada em França, em março de 2021 (embora os indícios apontem para que a exploração sexual já decorresse há anos) e foi desmantelada na “Operação Cláudia”, que decorreu ao longo desta semana. A Polícia Judiciária foi um dos órgãos de policia criminal envolvidos nas buscas e detenções. Os outros eram oriundos de Espanha, França e Brasil.