Feira Afonsina reconquista o centro de Guimarães
Comerciantes satisfeitos com o regresso das atividades após interrupção de dois anos devido à pandemia
RECRIAÇÃO Depois de dois anos em que não se realizou devido à pandemia, a Feira Afonsina volta a animar, este fim de semana, as ruas de Guimarães. O evento, que voltou ao Centro Histórico, depois de em 2019 ter acontecido em volta do castelo, arrancou quinta-feira e prolonga-se até amanhã.
Esta 10.a edição da Feira Afonsina retrata o período “Do Condado ao Reino”, dando particular atenção ao papel do clero. Para isso, na praça em frente à Câmara Municipal, decorrem reconstituições históricas de episódios da vida monástica. Mas as áreas temáticas e as recriações acontecem um pouco por todo o evento. A qualquer momento, ao virar de uma esquina, é possível encontrar jograis a cantar ou uma cigana que se oferece para ler a sina.
O regresso ao Centro Histórico obriga a uma organização espacial diferente. Um dos problemas da instalação do evento nas ruas do casco velho era a concorrência entre os vendedores ambulantes e os comerciantes da Zona Histórica, principalmente na área da restauração. Por outro lado, a fórmula ensaiada na última edição, em 2019, com o afastamento de todas as atividades para o Monte Latito (castelo e Paço dos Duques),
Pres. da Associação Vimaranense de Hotelaria também não agradou ao comércio, que viu o movimento fugir-lhe.
LARÁPIOS E MERETRIZES
A nova distribuição dos espaços traz também de volta algumas das atrações do passado, como o “Quelho das Desgraças”, a rua dos larápios, loucos, meretrizes, pedintes e empestados. As barracas do pão com chouriço, das bifanas, e da sangria ficam agora à beira do Paço dos Duques e descendo pelo Jardim do Carmo há um mercado com os vendedores típicos.
A feira insere-se nas atividades do dia 24 de junho, feriado municipal em Guimarães, que assinala a vitória de D. Afonso Henriques na Batalha de São Mamede, em 1128. Amanhã, decorrem as III Jornadas Históricas, cujo objetivo, segundo a organização, é “dar visibilidade às investigações que se vêm produzindo sobre a época medieval e moderna”.
As animações de rua acontecem hoje, entre as 18 horas e a uma da madrugada. Amanhã encerra às 22 horas.
Pedro Fernandes Empresário
“Tivemos azar com a meteorologia, devíamos estar aqui com belas noites de verão e está frio, com ameaça de chuva” José Diogo Silva
“O afastamento dos vendedores ambulantes para fora dos muros também foi importante, faziam concorrência desleal”