Jornal de Notícias

Um dia por ano é tradição raptar e matar fascistas

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DIGRESSÃO O nosso tempo mudou e é talvez tempo de o teatro usar os seus artifícios para nos transporta­r a um tempo futuro que melhor nos fale do tempo presente. Foi este olhar alegórico que o encenador Tiago Rodrigues – agora diretor do Festival d’Avignon, França – tomou como premissa da sua “Catarina e a Beleza de Matar Fascistas”. A peça estreou em 2020 e continua em gloriosa digressão.

Uma família reúne-se numa casa na aldeia de Baleizão para cumprir a tradição anual: raptar e matar fascistas. Agora é a vez da jovem Catarina. É um dia de festa, beleza e morte. Mas Catarina

é incapaz de matar e o conflito instala-se, enquanto assoma o fantasma de uma outra Catarina, a Eufémia. O que é um fascista? Há lugar para a violência na luta por um mundo melhor? Podemos violar a democracia para melhor a defender? Como um poema distópico, a peça afasta-se da realidade para melhor nos aproximar dela, ensaiando uma negociação poética com a cultura popular. O teatro é assim uma forma coletiva de projetar o futuro que nos cabe construir.

TEATRO S. JOÃO - PORTO

29 e 30 de junho, 1, 2 e 3 de julho, às 19 horas.

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