Lisboa é uma das 31 smart cities do novo mundo pós-covid
Estudo A pandemia mudou a face das cidades com a chegada do teletrabalho e o avanço das bicicletas. No Smart Cities Index Report 2022 Lisboa destaca-se em inteligência urbana, a par de Nova Iorque, Tóquio ou Amesterdão.
Uma “cidade inteligente” tem essa classificação porque passou a adotar a partilha de dados das tecnologias inteligentes, incluindo a Internet das Coisas (IoT) e as tecnologias de informação (TI) para melhorar a eficiência dos serviços, minimizar a emissão de gases poluidores e melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos.
Os serviços de transporte inteligente e de micromobilidade através do uso das bicicletas e trotinetas elétricas estão a mudar o perfil urbano das grandes metrópoles mundiais, a diminuir a pegada carbónica e a contribuir para um futuro mais “verde” e sustentável, considerando também o efeito das alterações climáticas. E estas 31 cidades definiram já estratégias de médio e longo prazo, através do recurso a tecnologia de ponta, para mudar a forma como se vive, respira e trabalha nelas.
A pandemia da covid-19 “trouxe uma grande mudança no quotidiano da Humanidade com a aceleração do desenvolvimento de várias tecnologias inovadoras, como a Inteligência Artificial”, realçou o professor Lee Jung Hoon, coordenador geral do projeto de desenvolvimento do Índice das Cidades Inteligentes, no prefácio do Smart Cities Index Report 2022.
As novas formas de mobilidade através das aplicações web são um dos eixos centrais do Índice das Cidades Inteligentes 2022, onde Lisboa figura como uma das 31 metrópoles a merecer essa classificação, numa lista onde também se encontram a vizinha Madrid, Paris, Nova Iorque, Tóquio, Seul ou Sidney, entre muitas outras. Para esta terceira edição do relatório, a recolha de dados sobre os serviços e infraestruturas destas cidades foi realizada entre o segundo semestre de 2019 e novembro de 2021. Em plena pandemia, portanto, com um mundo em transformação pelos períodos de confinamento e de teletrabalho.
Onze critérios determinaram a classificação das cidades inteligentes ao nível da prestação de serviços – administração, transporte, saúde, bem-estar, ambiente, criminalidade e prevenção de catástrofes, cultura, turismo e desporto e logística.
Na categoria “tipo de serviço de cidade inteligente”, o transporte é o mais importante para 32% dos cidadãos destas metrópoles, logo seguido pelo turismo, cultura e desporto, com 18%, e do meio ambiente e energia, com 12%.
Os serviços de infraestruturas diminuíram em importância 3,4% em relação ao ano anterior, segundo o relatório. Em contrapartida, os serviços baseados em aplicações web aumentaram 2,6%, uma tendência realçada pela pandemia, de que foi exemplo o acréscimo dos pedidos de comida e transporte online através de aplicações como a Uber ou a Bolt. Também se deve, como refere o relatório, “ao aumento dos vários serviços de micromobilidade de que os cidadãos podem usufruir diretamente como bicicletas e trotinetas elétricas, além da confirmação de localização e reserva de estações de carregamentos de veículos elétricos e estacionamentos inteligentes com base na infraestrutura de transporte inteligentes”, destaca o relatório.
Em termos de infraestrutura, algumas destas 31 cidades inteligentes mundiais estão a construir uma plataforma que liga vários meios de transporte para o MAAS (Mobility As A Service) ou um sistema inteligente que poderia usar o controlo de semáforos ao nível da passagem de peões, de bicicletas, entre outros. O documento destaca ainda que “a construção de infraestruturas para postos de carregamento tem vindo a aumentar devido ao recente aumento da procura de veículos elétricos”.