Rock in Rio: nostalgia para maiores de 40
A-Ah, Bush, UB40 e Duran Duran subiram ontem ao palco com sucessos dos anos 1980 e conquistaram o público
AO VIVO Depois da noite do rock, com Muse ou Xutos, e do dia dedicado aos mais jovens, com Black Eyed Peas e David Carreira, no último fim de semana, o Rock in Rio Lisboa recebeu ontem festivaleiros de meia-idade, nostálgicos dos anos 80 e 90. Para matar saudades dos tempos de há 30 ou 40 anos, o Parque da Bela Vista acolheu algumas das maiores bandas do século passado, mas que ainda pulsam em 2022: Bush, UB40, A-Ha, Duran Duran.
Pouco passava das 21 horas quando a formação norueguesa de pop new wave, nascida em Oslo, em 82, subiu ao Palco Mundo. Os músicos, que alcançaram sucesso mundial nos anos 80, rapidamente mostraram ao que vieram e conquistaram a audiência com um “boa-noite,
Lisboa, tudo bem?”. Os maiores êxitos “Take on me” ou “Living daylights” não foram esquecidos. E se com Liam Gallagher rebentaram duas tochas e com Ivete Sangalo sobressaíram as bandeiras brasileiras, ontem foi a vez de uma bandeira da Noruega se destacar na multidão.
As hostilidades abriram com os A-Ha com óculos de sol, já a tarde se punha. Até ao fim ouviu-se aquele pop elástico, com as teclas em destaque,
a lembrar os “eighties”.
Ainda era de dia quando os UB40 ascenderam. A banda britânica de influências reggae, formada em 1978, em Birmingham, mostrou ter por cá uma legião de fãs. Ali Campbell, o convidado da tarde, continua, aos 63 anos, com um alcance vocal notável. A plateia dançou embalada ao som do reggae durante uma hora e, ao contrário do que acontecera nas tardes do fim de semana anterior, o recinto encheu – e 70 mil vibraram com “Purple rain”, de Prince, um dos temas mais celebrados.
Os grandes êxitos dos UB40 ficaram para ao fim, entre eles “Red red wine” e “Cant help falling in love”. O final coincidiu com a entrada de Ney Matogrosso no Galp Music Valley. A exuberância do artista brasileiro levou vários milhares de pessoas ao local.
Às cinco da tarde tinham entrado no Parque da Bela Vista os Bush. Banda grunge formada em 1992 em Inglaterra e que vendeu milhões de álbuns... nos Estados Unidos, terminaram em 2002, mas voltaram em 2010, com Gavin Rossdale, como “frontman”, Chris Treynor na guitarra, Corey Britz no baixo e Nick Hughes na bateria. Sem as camisas de flanela que celebrizaram, também, os Nirvana ou os Pearl
Jam há 30 anos, o vocalista desceu mesmo do palco e juntou-se ao público agarrando várias mãos de fãs em êxtase, enquanto apontava as centenas de t-shirts que notou com o nome da banda. “Último espetáculo na Europa e que maneira de terminar!”, atirou Gavin, com uma cerveja portuguesa na mão. O público aplaudiu, mas notou que o concerto teve menos de uma hora de duração.
“São ingleses e não estão habituados a este sol”, brincava-se nas primeiras filas. Verdade ou não, minutos depois começava, no Galp Music Valley, o concerto de António Zambujo. A organização não quis sobrepor atuações e o espetáculo do trovador português foi transmitido em direto nos ecrãs gigantes do Palco Mundo, para entretenimento de quem já marcava o lugar para os UB40.
A fechar a noite, à hora de fecho desta edição, o público aguardava os Duran Duran, baluartes gloriosos da new wave e do synth-pop.