Buscas por sobreviventes não cessam no centro comercial
Para além dos 18 mortos, 21 pessoas continuam desaparecidas nos escombros de Kremenchuk
Momentos marcantes 1 Rússia proíbe entrada a mulher e filha de Joe Biden
A Rússia anunciou ontem que vai interditar a entrada no país a 25 cidadãos norte-americanos, incluindo a primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, e a filha do chefe do Estado, Ashley Biden.
2 Excluída a participação presencial de Putin no G20
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, disse ontem que a participação presencial do presidente russo na próxima cimeira do G20, em Bali, foi descartada pela presidência indonésia do organismo.
3 Assis suspende participação portuguesa do CES
O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, abandonou ontem, em Atenas, a assembleia-geral da associação internacional, suspendendo a participação portuguesa enquanto a Rússia se mantiver na presidência.
4 Oligarca russo considera guerra “erro colossal”
O oligarca e empresário russo Oleg Deripaska considerou um “erro colossal” o conflito na Ucrânia, onde a Rússia desencadeou uma vasta ofensiva, afirmações de rara virulência de um representante da elite russa.
ATAQUE Um dia depois da queda de dois mísseis de cruzeiro num centro comercial lotado, em Kremenchuk, no centro da Ucrânia, ainda eram visíveis espessas nuvens de fumo negro num lugar agora reduzido a escombros. Dezenas observavam, impávidos, diante dos destroços, na esperança de ver surgir aqueles que não mais foram avistados. Para além dos 18 mortos confirmados até ao momento, são ainda pelo menos 21 aqueles cujo paradeiro se desconhece.
“Temos os corpos de 18 pessoas, 21 continuam desaparecidas”, disse o ministro ucraniano do Interior, Denys Monastyrskiy.
De acordo com o jornal “The Guardian”, as autoridades estimam que entre 200 e 1000 pessoas estariam no local no momento do ataque. Muitos conseguiram escapar para um abrigo antiaéreo próximo quando começaram a soar as sirenes. Para outros já não foi possível escapar, tendo ficado encurralados na infraestrutura comercial.
ATÉ À RENDIÇÃO FINAL
Certo é que a agressão de
Moscovo não cessará até ao baixar das armas da resistência ucraniana. A Rússia anunciou ontem que só terminará a ofensiva na Ucrânia quando as autoridades de Kiev e o exército ucraniano se renderem e aceitarem “todas as condições” russas.
“O lado ucraniano pode terminar [a guerra] dentro de um dia”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência noticiosa francesa AFP. Para tal, atirou Peskov, basta que as autoridades de Kiev deem indicações às “unidades nacionalistas” e aos soldados ucranianos para que deponham as armas e que “todas as condições estabelecidas pela Rússia” sejam implementadas.
As declarações de Peskov surgiram em reação ao apelo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, aos líderes do G7, no sentido de que a guerra termine antes do final do ano, tendo em conta o inverno rigoroso na Ucrânia.
Para Moscovo, não há um prazo para pôr termo à “operação militar especial” que, segundo Peskov, “está a decorrer de acordo com o planeado”.