Guerra não é desculpa para descuidar o mar
John Kerry, enviado especial de Joe Biden, participou no Conselho de Estado e louvou Portugal pelo trabalho na defesa do ambiente
CLIMA John Kerry, enviado especial norte-americano para o clima, veio a Portugal defender que seria um “erro” andar para trás no combate pela sustentabilidade. Na Conferência dos Oceanos 2022, o enviado especial de Biden defendeu ontem que a invasão da Rússia à Ucrânia não pode servir como “desculpa” para descuidar a proteção do mar e do ambiente. Ideia repetida mais tarde, no Conselho de Estado – em que participou a convite de Marcelo Rebelo de Sousa –, e afirmou que não pode haver recuos, nem por causa da guerra nem da pandemia, reforçou.
À saída do primeiro Conselho de Estado desta legislatura, marcado pela ausência de António Costa, Marcelo fez saber que o antigo secretário de Estado norte-americano saudou Portugal pela proteção dos oceanos e louvou o “exemplo português” na antecipação de metas; mas que também deixou notas de questões que “subsistem”, como o financiamento, descreveu o PR. Nesse sentido, estão a decorrer conversações para organizar reuniões com possíveis financiadores privados para “ajudarem a criar condições para que o financiamento, que é muito dispendioso, seja possível”, disse Marcelo.
CUSTO DE RECUAR SERIA MAIOR
John Kerry também tem mantido contacto com a China e com a Índia, dois grandes emissores de gases poluentes, para que estes se comprometam a cumprir os objetivos fixados na sequência do acordo de Paris e reduzam as suas emissões. É esse o caminho a seguir, e seria um “erro” recuar, disse Kerry no Conselho de Estado. Os recuos têm um custo de repa
DEFESA Maior investimento
O Orçamento do Estado para 2023 terá de ter em conta as necessidades de um maior investimento na Defesa, voltou a lembrar Marcelo, que tem defendido um reforço nesse setor. O próximo OE tem de ter “em linha de conta compromissos muito superiores aos que eram pensados no quadro que existia”, sustentou. ração muito difícil, não pode haver mudanças de rumo, acrescentou. Segue-se agora um período transitório, em que os governos vão ter de acomodar, contra a exigência de medidas de ajustamento da opinião pública, “aquilo que já se adquiriu na batalha pela defesa do clima”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa à súmula que fez das posições defendidas durante o Conselho de Estado pelo enviado norte-americano.
TURQUIA ESCOLHEU A NATO
Questionado sobre a adesão da Finlândia e da Suécia à NATO, o presidente da República demonstrou segurança ao dizer que sempre teve “a noção de que na hora da verdade era possível chegar a uma conclusão positiva”. Para Marcelo, a Turquia “tinha mais a ganhar do que a perder”, e o entendimento firmado demonstra que a Turquia, “no momento crucial, decidiu pela NATO”, disse.
Sobre a disponibilidade de Portugal para aumentar a força de resposta rápida, Marcelo remeteu para questões de financiamento e planeamento. Há capacidade, disse, mas antes é preciso conhecer a distribuição de efetivos.