Ex-vereadora de Rio julgada por insultos a Rui Moreira
Juiz dá seguimento a pedido do MP. Chamou-lhe “cobarde”, “ditador” e “mentiroso” no Facebook
INSTRUÇÃO O Tribunal de Instrução Criminal do Porto decidiu a favor do Ministério Público (MP) e mandou para julgamento a ex-vereadora de Rui Rio Matilde Alves por, alegadamente, ter difamado Rui Moreira com comentários nas redes sociais.
Rui Moreira não gostou de epítetos e comentários que, entre abril de 2019 e maio de 2020, Matilde Alves publicou sobre si na página pessoal no Facebook. A ex-autarca que no último consulado de Rui Rio (terminado em 2013) teve o pelouro da Habitação, fez publicações, alegadamente visando Rui Moreira, de onde sobressaem apodos como “cobarde, ditador complexado, mentiroso, mesquinho, ressabiado”, que “não suporta uma crítica” e “bloqueia quem as faz”.
O atual presidente da Câmara participou criminalmente da ex-autarca e acabaria por ver o MP dar-lhe razão e acusar Matilde Alves do crime de “difamação agrava
da”, referindo os 16 posts que considera “ofensivos da imagem, credibilidade e prestígio” de Rui Moreira, enquanto “presidente da edilidade” portuense.
Nas publicações em causa Matilde Alves censura a postura e algumas decisões de Moreira em vários assuntos, nomeadamente o caso Selminho, a concessão do estacionamento pago na cidade, o lixo acumulado nas ruas da cidade ou as “explosões na pedreira” vizinha da Ponte da Arrábida. “É um ditador complexado”, remata a certa altura a ex-vereadora.
Durante a instrução, Manuel Abreu Amorim, advogado de Matilde Alves, tentou evitar o julgamento defendendo que os comentários em causa versaram “assuntos de interesse público” e que Rui Moreira, enquanto presidente da segunda maior Câmara do país, “está sujeito à crítica pública”. João Nabais, defensor de Rui Moreira respondeu que a ex-vereadora “ultrapassara os limites da liberdade de expressão” e que teve apenas o propósito “de ofender e atacar uma pessoa”.