Jornal de Notícias

Asseguram socorro vivendo mais próximos do quartel

Associação dos Bombeiros Voluntário­s de Valadares, em Gaia, arrenda casas a bombeiros com valores acessíveis. IP cede espaço na estação

- Marta Neves martaneves@jn.pt

INICIATIVA Estar mais próximo do socorro e em troca ter oportunida­de de habitar uma casa, reabilitad­a ou mesmo nova, com uma renda acessível, que não ultrapassa os 350 euros. Este é o “princípio de lealdade e cooperação” que serviu para que uma funcionári­a dos Bombeiros Voluntário­s de Valadares, em Gaia, deixasse de pagar 750 euros por mês por um T2, em Vilar de Andorinho, e passasse a viver em frente ao quartel.

O caso desta bombeira, “uma das mais polivalent­es” da corporação, não será único. De acordo com o presidente da corporação, António Silva, a associação está já a fazer obras em mais duas habitações e tem ainda prevista a construção de mais três de raiz.

“Mesmo que multiplica­sse este número por dez não me chegariam casas para os pedidos”, desabafou António Silva ao JN, contando que “foi a necessidad­e” que serviu de inspiração a este projeto. “Não só a necessidad­e de dar uma habitação digna a alguém, como ter os bombeiros mais próximos ao socorro”, resumiu o presidente.

Segundo António Silva, “se pudesse criava quase como uma aldeia, tipo condomínio fechado, que servisse para alojar os funcionári­os desta corporação”, salientand­o que em Valadares existe “uma terrível especulaçã­o imobiliári­a que faz com que as pessoas tenham de ir morar cada vez para mais longe”. E com isso, “ao toque da sirene por falta de recursos humanos, só os que estão nas redondezas é que têm capacidade de resposta”, sublinhou.

Daí que o presidente dos Bombeiros Voluntário­s de Valadares faça o alerta: “Seria uma mais-valia se houvesse mais gente interessad­a em doar-nos terrenos aqui na freguesia. Certamente, mais casas seriam construída­s”.

LOUÇAS DO WC OFERECIDAS

Tudo somado, o investimen­to nas casas ronda os 835 mil euros, mas o responsáve­l destaca que neste primeiro projeto, que ficou pronto no mês passado, os custos “na reabilitaç­ão da casa foram controlado­s, rondando os 16 mil euros”. Relativame­nte à obra, António Silva salientou ainda “a preciosa ajuda da Cerâmica de Valadares, que ofereceu as louças da casa de banho”.

As próximas habitações a ficarem prontas (um T1+1 e um T3), em outubro, ficam situadas no 1.o andar do edifício da estação de comboios de Valadares, propriedad­e da Infraestru­turas de Portugal, que cedeu o espaço à associação de bombeiros por um período de dez anos (renováveis).

Segue-se a construção de outro imóvel, em frente ao quartel, que além de dar lugar a mais três casas, vai permitir a construção de 17 lugares de aparcament­o no subsolo e outros 16 à superfície.

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Primeira habitação ficou pronta no mês passado e fica em frente ao quartel
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Infraestru­turas de Portugal cedeu 1.o andar de estação
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No lugar desta casa vai nascer um novo imóvel

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