UP, o desafio da coesão
Tomou posse a nova equipa de reitoral da Universidade do Porto (UP). António de Sousa Pereira, seu líder e meu Reitor, está de parabéns: do ponto de vista democrático, por vencer por maioria absoluta, ficando dispensado de segunda volta entre os dois mais votados; também na perspetiva da sua afirmação social e da UP, comprovada pela multidão de notáveis que se juntou na Reitoria. O também Presidente do Conselho de Reitores de Portugal tem conseguido agradar a quase todos e afirmar a instituição nos rankings mundiais que são referência essencial, quando está em causa o princípio da competitividade. Mas, sendo este princípio essencial na governação de uma qualquer instituição, não é único. Lembro um outro, o da coesão. A coesão territorial pode ser melhorada com a abertura de novas instalações, anunciadas para o exterior do concelho do Porto, onde estas não constituem campos (ou campi), já que são apenas prédios no meio da cidade. Todavia, quando se fala em novos polos em Matosinhos e Maia, porque não olhar – antes ou também – para nascente, onde se pode encontrar alojamento mais barato e lugares mais acessíveis aos muitos que vêm do Tâmega, e para sul, face à densidade populacional até Ovar? Depois, há o problema da coesão no interior da UP, verdadeira “federação”, com “repúblicas” (faculdades) de primeira e outras de segunda. Para não maçar ninguém com questões internas, deixo só duas perguntas: como aceitar que numa faculdade existam gabinetes com seis docentes que dispõem apenas de um computador recente, quando noutras (e bem) cada um tem o seu, em gabinete (de área idêntica) individual, ou partilhado só com um colega? E que, nuns casos, estes façam a gestão de parte da propina de milhares de euros dos orientandos de doutoramento e noutras não?