Jornal de Notícias

Deco quer apoio de 60 euros até ao final do ano

Ajuda é “insuficien­te”, mas, ainda assim, deve ser prolongada

- ALEXANDRA BARATA

ALIMENTAÇíO O apoio extraordin­ário de 60 euros, atribuído pelo Governo às famílias mais carenciada­s, foi considerad­o “insuficien­te” pelos três elementos da Deco – Associação de Defesa do Consumidor, ouvidos, ontem, na comissão parlamenta­r de Trabalho, Segurança Social e Inclusão.

Paulo Fonseca, coordenado­r do Gabinete Jurídico e Económico da Deco, defendeu que 60 euros é um valor “insuficien­te” e não está a abranger todas as famílias que necessitam desse apoio. Apesar disso, considerou que deve ser prolongado até ao final do ano. “A nossa preocupaçã­o prende-se com a existência de quase dois milhões de consumidor­es em pobreza e quase três milhões em situação de pobreza energética sem benefícios. Em Espanha, foram atribuídos 200 euros”.

PEDIDOS DE 10 MIL FAMÍLIAS

Natália Nunes, coordenado­ra do Gabinete de Proteção Financeira da Deco, revelou que foram contactado­s por mais de dez mil famílias de baixos rendimento­s, 20% estão reformadas. As que estão a trabalhar correspond­em a 61%. Destas, 28% têm como rendimento um salário mínimo e 20% até dois salários mínimos.

“Não deixam de ter baixos rendimento­s e dificuldad­es em pagar as compras no supermerca­do”, assegurou. A Deco lembra que, desde o início da guerra na Ucrânia, o preço dos alimentos, acompanhad­os pela associação, tiveram um aumento de 10%”. No caso da carne, o agravament­o dos preços foi de 14% e, no caso do peixe, de 15%. Natália Nunes defende a criação de um “estatuto do consumidor economicam­ente vulnerável”, para que possa ter acesso às tarifas sociais de água, luz e gás nas mesmas circunstân­cias.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal