Deco quer apoio de 60 euros até ao final do ano
Ajuda é “insuficiente”, mas, ainda assim, deve ser prolongada
ALIMENTAÇÃO O apoio extraordinário de 60 euros, atribuído pelo Governo às famílias mais carenciadas, foi considerado “insuficiente” pelos três elementos da Deco – Associação de Defesa do Consumidor, ouvidos, ontem, na comissão parlamentar de Trabalho, Segurança Social e Inclusão.
Paulo Fonseca, coordenador do Gabinete Jurídico e Económico da Deco, defendeu que 60 euros é um valor “insuficiente” e não está a abranger todas as famílias que necessitam desse apoio. Apesar disso, considerou que deve ser prolongado até ao final do ano. “A nossa preocupação prende-se com a existência de quase dois milhões de consumidores em pobreza e quase três milhões em situação de pobreza energética sem benefícios. Em Espanha, foram atribuídos 200 euros”.
PEDIDOS DE 10 MIL FAMÍLIAS
Natália Nunes, coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da Deco, revelou que foram contactados por mais de dez mil famílias de baixos rendimentos, 20% estão reformadas. As que estão a trabalhar correspondem a 61%. Destas, 28% têm como rendimento um salário mínimo e 20% até dois salários mínimos.
“Não deixam de ter baixos rendimentos e dificuldades em pagar as compras no supermercado”, assegurou. A Deco lembra que, desde o início da guerra na Ucrânia, o preço dos alimentos, acompanhados pela associação, tiveram um aumento de 10%”. No caso da carne, o agravamento dos preços foi de 14% e, no caso do peixe, de 15%. Natália Nunes defende a criação de um “estatuto do consumidor economicamente vulnerável”, para que possa ter acesso às tarifas sociais de água, luz e gás nas mesmas circunstâncias.