Jornal de Notícias

PS promete rever projeto das ordens

Oposição aberta a debater na especialid­ade, mas acusa socialista­s de “controlo estatal”

- Carla Soares carlas@jn.pt

PARLAMENTO O PS prometeu ontem rever na especialid­ade o seu projeto de lei sobre as ordens profission­ais, com Alexandra Leitão a aceitar, por exemplo, “flexibiliz­ar o número de membros do órgão de supervisão e revisitar os seus poderes”. As promessas não convencera­m os partidos da Oposição mas, quando está garantida a aprovação do projeto pela maioria do PS, manifestar­am disponibil­idade para “melhorar” a proposta em sede de especialid­ade.

O PSD foi um dos mais críticos, tal como o Chega. Reagindo à garantia de Alexandra Leitão de que há “disponibil­idade para rever” o projeto, a social-democrata Emília Cerqueira desejou que sirva para “não haver controlo estatal”.

“O órgão de supervisão é mesmo para controlar as ordens incómodas”, atirou a eleita do PSD, explicando que o partido apresentar­á propostas na especialid­ade.

Para André Ventura, líder do Chega, haver “membros externos das ordens não faz sentido”. E desafiou ainda o PS a dizer “como vai remunerar os estágios”.

No início do debate, Paula

Cardoso (PSD) já havia dito que “estas não são as alterações que as ordens querem”. Mas, apesar de atacar a “ingerência do Estado e o esvaziamen­to das ordens”, anunciou a abstenção do PSD, que “irá trabalhar na especialid­ade para melhorar a lei, condenada a ser aprovada” pela maioria do PS.

Pelo BE, José Soeiro também manifestou abertura para a especialid­ade, destacando os direitos dos estagiário­s perante as barreiras no acesso à profissão e a ausência de remuneraçã­o.

Diana Ferreira, do PCP, assumiu a mesma disponibil­idade com “reservas”, como nas questões da exclusão de dirigentes sindicais e das sociedades multidisci­plinares.

Pelo PS, Miguel Matos acusou a Oposição de resistir “a acabar com o regabofe de jovens sem receber nos estágios”. E Eurico Brilhante Dias disse que o projeto visa “acabar com as barreiras criadas por corporaçõe­s”, sobretudo aos jovens. E garantiu que “está aberto à discussão de todos”.

Pela IL, Rodrigo Saraiva também defendeu o combate ao corporativ­ismo. Mas acusou o PS de apresentar o projeto por “imposição de Bruxelas” para ter o “envelope financeiro do PRR”.

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