Atropelada por comboio em Afife escapa ilesa
Mulher, vítima de violência doméstica, deitou-se na linha
ACIDENTE Uma mulher de 46 anos, vítima de violência doméstica, natural do distrito do Porto, que foi deslocada para uma instituição de Viana do Castelo, escapou ontem praticamente ilesa ao atropelamento por um comboio, após ter-se deitado na linha.
Segundo relatou ao JN o presidente da Junta de Afife, Duarte Oliveira, a vítima, com problemas associados ao de álcool, deambulava e dormia, há vários dias, ao relento, no apeadeiro da freguesia, tendo deixado por iniciativa própria a casa de acolhimento. O autarca afirma que ela “assinou um termo de responsabilidade” para abandonar a casa e que a situação o preocupou, pelo que alertou nos últimos dias, por várias vezes, a instituição de acolhimento, a GNR e a própria Câmara de Viana do Castelo. “Hoje [ontem] de manhã, fui ter com ela ao apeadeiro. Choveu de noite e preocupou-me, porque tem dormido ao ar livre, encostada às paredes. Tentei convencê-la a aceitar ajuda e ela pela primeira vez aceitou. Até agora, recusara sempre. Qual não foi o meu espanto quando, ao início da tarde, acontece aquilo”, contou.
DEITADA NA LINHA
Um comboio, que seguia em direção a Valença, passou por cima da mulher deitada na linha, com o corpo paralelo aos carris. O alerta para a ocorrência foi dado cerca das 14.26 horas. Foram mobilizados meios dos Bombeiros Sapadores e GNR de Viana do Castelo, e do INEM. A mulher foi transportada por precaução para o hospital, mas sem ferimento aparente, segundo garantiu o comandante dos Sapadores, António Cruz.
“Não morreu por milagre”, descreve o autarca, que esteve no local da ocorrência.