Mais de mil vagas para alojar sem-abrigo
Governo prepara-se para lançar um aviso para a criação de comunidades de inserção
HABITAÇÃO Portugal tem mais de mil vagas em casas ou apartamentos partilhados destinados ao alojamento de pessoas em situação de sem-abrigo e, ainda este mês, o Governo vai lançar um aviso para a criação de “comunidades de inserção”. O objetivo do projeto, que terá financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência, é promover a reintegração na sociedade de pessoas vulneráveis.
A informação foi avançada ontem pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social após a assinatura de mais um protocolo para aumentar a resposta habitacional para pessoas em situação de sem-abrigo no Porto. No total, em parceria com a Associação Seis – Saúde e Intervenção Social, foram abertas mais 40 vagas em apartamentos partilhados no Porto.
A criação de soluções habitacionais para pessoas sem-abrigo faz parte da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo. Os primeiros protocolos começaram a ser firmados há cerca de dois anos, havendo já 1006 vagas abertas. Há ainda soluções habitacionais exclusivas para pessoas LGBT.
EQUIPA TRANSVERSAL
“É um projeto de verdadeira reintegração das pessoas na sociedade, permitindo-lhes ter uma casa e o acompanhamento de uma equipa transversal, composta por psicólogos e pessoas que apoiam na reintegração e na criação de rotinas”, refere ao JN Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Sem conseguir precisar ao certo quantas pessoas saíram das ruas e passaram por estes alojamentos ao longo dos últimos dois anos, Ana Mendes Godinho estimou que mais de mil pessoas já tenham sido alojadas atendendo à capacidade instalada para o acolhimento em casas ou apartamentos partilhados.
“Muitas destas vagas acabam por ser usadas sucessivamente por diferentes pessoas à medida que a reintegração ocorre”, explica a governante.
Ana Mendes Godinho clarificou ainda que a intenção do Governo é continuar a “intensificar a resposta”. “É uma resposta eficaz do ponto de vista de real capacidade de reintegração das pessoas na sociedade. É isso que queremos: voltar a dar dignidade e garantir os direitos que as pessoas têm”, frisa a ministra.