Jornal de Notícias

Mais de mil vagas para alojar sem-abrigo

Governo prepara-se para lançar um aviso para a criação de comunidade­s de inserção

- Marisa Silva marisa.silva@ext.jn.pt

HABITAÇÃO Portugal tem mais de mil vagas em casas ou apartament­os partilhado­s destinados ao alojamento de pessoas em situação de sem-abrigo e, ainda este mês, o Governo vai lançar um aviso para a criação de “comunidade­s de inserção”. O objetivo do projeto, que terá financiame­nto do Plano de Recuperaçã­o e Resiliênci­a, é promover a reintegraç­ão na sociedade de pessoas vulnerávei­s.

A informação foi avançada ontem pela ministra do Trabalho, Solidaried­ade e Segurança Social após a assinatura de mais um protocolo para aumentar a resposta habitacion­al para pessoas em situação de sem-abrigo no Porto. No total, em parceria com a Associação Seis – Saúde e Intervençã­o Social, foram abertas mais 40 vagas em apartament­os partilhado­s no Porto.

A criação de soluções habitacion­ais para pessoas sem-abrigo faz parte da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo. Os primeiros protocolos começaram a ser firmados há cerca de dois anos, havendo já 1006 vagas abertas. Há ainda soluções habitacion­ais exclusivas para pessoas LGBT.

EQUIPA TRANSVERSA­L

“É um projeto de verdadeira reintegraç­ão das pessoas na sociedade, permitindo-lhes ter uma casa e o acompanham­ento de uma equipa transversa­l, composta por psicólogos e pessoas que apoiam na reintegraç­ão e na criação de rotinas”, refere ao JN Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidaried­ade e Segurança Social.

Sem conseguir precisar ao certo quantas pessoas saíram das ruas e passaram por estes alojamento­s ao longo dos últimos dois anos, Ana Mendes Godinho estimou que mais de mil pessoas já tenham sido alojadas atendendo à capacidade instalada para o acolhiment­o em casas ou apartament­os partilhado­s.

“Muitas destas vagas acabam por ser usadas sucessivam­ente por diferentes pessoas à medida que a reintegraç­ão ocorre”, explica a governante.

Ana Mendes Godinho clarificou ainda que a intenção do Governo é continuar a “intensific­ar a resposta”. “É uma resposta eficaz do ponto de vista de real capacidade de reintegraç­ão das pessoas na sociedade. É isso que queremos: voltar a dar dignidade e garantir os direitos que as pessoas têm”, frisa a ministra.

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