Verão põe inflação acima da média da Zona Euro
Alojamentos, pacotes de férias e bilhetes de avião disparam. Combustíveis voltam a subir
A chegada do verão foi no último mês a acha a atiçar o combustível da inflação, levando a subida nacional de preços a ultrapassar a da média da Zona Euro pela primeira vez em quatro anos e meio.
Em junho, os preços nos consumidores domésticos ficaram 8,7% acima de um ano antes, confirmou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE). Já o cabaz de compras que inclui despesa de estrangeiros, usado para comparações europeias, subiu 9%, quatro décimas acima da média dos países da moeda única.
O indicador harmonizado que permite as comparações é importante, designadamente, por pesar nas avaliações da inflação pelo Banco Central Europeu, que neste mês se prepara para subir juros pela primeira vez em mais de uma década. Neste indicador, contam de forma mais significativa despesas em viagens, excursões e alojamento, preços que em Portugal dispararam em junho.
A maior subida mensal de preços ocorreu nas passagens de avião, que encareceram 20,3%, e estão agora 60,1% acima de há um ano antes. Já os alojamentos reagiram à chegada do verão com aumentos de 13,7% e estão hoje 41,6% mais caros do que um ano antes. As férias organizadas também passaram a custar mais 13%, com os preços cobrados a situarem-se 31,3% acima daqueles que eram praticados em junho do ano passado.
Mas, nos combustíveis, a gasolina e o gasóleo usados no transporte das famílias continuam ainda a sustentar a aceleração. Em junho, voltaram a aumentar, com uma subida de 9% para novos máximos. O aumento mais do que que reverteu uma descida de 3,5% em maio, mês em que passou a ser aplicada pelo Governo uma redução em Imposto sobre Produtos Petrolíferos equivalente à passagem do IVA sobre os combustíveis para a taxa intermédia. Face há um ano, os custos são 34,7% superiores.
Os combustíveis líquidos usados em casa também ficaram 8% mais caros no últimos mês (62,5% acima de um ano antes). Já o gás das habitações sofreu um ligeiro recuo mensal de 0,6%, (38,9% acima de há um ano). O preço da eletricidade não mexeu em junho, mas está 23,6% mais caro do que no ano passado.
Na alimentação, óleos e gordura tiveram redução mensal ligeira de 0,3%. Já os preços da fruta aumentaram 3,5%, a maior subida mensal nos alimentos.