Greves nos aeroportos ameaçam fim das férias
Exigências de pessoal de terra, de tripulantes e de pilotos nos últimos dias do mês, em Portugal e na Europa, podem reacender o caos nos transportes
TRANSPORTES A greve de três dias na segunda maior empresa de assistência em escala ao transporte aéreo em Portugal – a Portway – deverá afetar severamente os aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal, entre 26 e 28 de agosto. O último fim de semana do mês é o mais movimentado do verão, pelo que centenas de milhares de passageiros poderão ver os planos de viagem afetados. Entretanto, prosseguem outras greves em companhias aéreas que continuam a causar atrasos e cancelamentos. A Deco Proteste já recebeu cerca de 500 contactos na linha dedicada aos problemas na aviação.
O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) e a Portway não conseguiram chegar a acordo para serviços mínimos para a greve agendada de 26 a 28 deste mês. Os trabalhadores prestam serviço em vários setores dos aeroportos, desde o check-in a serviços de despejos e de água potável aos aviões, o que significa potencial de impacto em várias operações. Os
trabalhadores exigem que a Portway cumpra os acordos de empresa e, entre outros pontos, aumente os salários. Na semana passada, o mesmo sindicato aceitou desconvocar a greve marcada para 19, 20 e 21 depois de negociações com a ANA Aeroportos de Portugal que resultou na atualização salarial de 1,5%, com retroatividade a janeiro.
CAOS DE VERÃO
Desde o início de julho, no espaço de um mês, a linha de apoio aos clientes de viagens aéreas, lançada pela Deco Proteste para auxiliar os passageiros retidos nos aeroportos com problemas
nos voos, recebeu 484 pedidos de informação. De acordo com fonte da associação, a TAP foi a empresa mais reclamada, com 275 chamadas, seguindo-se a Easyjet com 33 e a Ryanair, com 12. A situação mais reclamada, acrescentou a mesma fonte, foi a de voos cancelados, seguindo-se o atraso no transporte. A linha continua a funcionar no número 218 410 858.
A situação de caos nos aeroportos poderá continuar. No país vizinho, continuam as greves nas companhias de aviação “low cost” Ryanair e Easyjet, quer de tripulantes, quer de pilotos, que podem afetar voos de e para Portugal. E na Lufthansa – o segundo maior grupo europeu de aviação e com forte conectividade, nomeadamente com Portugal – a empresa acabou por ceder às exigências dos tripulantes para conseguir suspender as greves da semana passada. No entanto, ainda está de pé o pré-aviso de greve dos pilotos para o próximo dia 31. Se as negociações falharem e a adesão for grande, todo o continente poderá sofrer repercussões com cancelamentos e atrasos.