Jornal de Notícias

O professor que carrega a mística do ciclismo

José Santos diretor da RP/Paredes/Boavista integra o pelotão há décadas e lembra a antiga preparação para a Sra. da Graça

- José Pedro Gomes desporto@jn.pt

Na caravana da Volta a Portugal não há ninguém com mais anos de ciclismo do que José Santos, diretor da RP/Paredes/Boavista, que há quase meio século lida diretament­e com a modalidade. Além de 36 anos seguidos como diretor, o conhecido professor soma mais seis como jornalista e outros dois como ciclista, num vasto percurso que lhe permite falar da evolução da modalidade, designadam­ente na abordagem à mítica etapa de hoje da Sra. da Graça. “Desde logo,

as estradas eram bem piores e mais duras para os ciclistas, com um asfalto fraco e muitas curvas. As bicicletas eram quase dois quilos mais pesadas, e a logística era um desafio à criativida­de”, começou por explicar José Santos, ao JN.

O diretor desportivo recorda que há 30 anos todo o material e os 10 ciclistas da equipa tinha de ser encaixados “em duas carrinhas Peugeot 505 e numa furgoneta”, obrigando a “comprar diariament­e gelo nos mercados locais para refrescar a água que era recolhida à noite nas fontes”.“Ainda hoje me ponho a pensar como é

que resolvíamo­s as coisas nessa altura, mas, na verdade, era muito mais divertido, embora e tecnologia, as novas estradas e a evolução das localidade­s graças ao poder autárquico tenham tornado a nossa tarefa mais fácil”, completou o professor.

O que José Santos lamenta é que “a Volta tenha perdido algumas caracterís­ticas que a faziam ser a grande festa popular do verão ”. “É um produto mais comercial, mas não chega tanto às pessoas. Falta, por exemplo, a caravana publicitár­ia, que animava as estradas de cada terra antes da passagem dos ciclistas”, explicou.

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José Santos lembra que há 30 anos atrás as bicicletas pesavam mais dois quilos

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