Jornal de Notícias

PS aponta mira a Passos e desafia PSD a explicar propostas

Dirigente nacional diz que há medidas “redundante­s” com as do Governo e prefere atacar presença de ex-líder

- João Vasconcelo­s e Sousa joao.f.sousa@jn.pt

O PS considera que algumas das propostas anticrise apresentad­as pelo líder do PSD são “redundante­s” por abordarem situações que o pacote de apoios do Governo, anunciado para setembro, também vai contemplar. Ao JN, o secretário nacional do PS Porfírio Silva referiu que Luís Montenegro avançou “ideias” mas ainda não “propostas” na festa do Pontal, desafiando o PSD a ser mais específico. Para o deputado, “o mais importante” é saber se a presença do ex-primeiro-ministro Passos Coelho na “rentrée” do partido foi “um regresso” ou “uma despedida”.

“Estamos para ver o que isto é”, resume Porfírio Silva, um dia após Montenegro ter apresentad­o um conjunto de medidas transitóri­as de apoio aos mais necessitad­os [ler ficha]. Admitindo ter ficado “satisfeito” por ouvir o PSD falar sobre o que quer para o país, argumentou que, para já, o líder laranja apenas apresentou “ideias” e não “propostas”.

“Não é com uns destaques num discurso de verão que se vê o desenho das medidas”, defende Porfírio Silva. Para o parlamenta­r, é preciso que o PSD explique “como, quando e para quem” se dirigem ou que montantes pensam dedicar a cada uma delas e de que modo contam financiá-las.

Porfírio Silva evitou comentar propostas concretas, referindo apenas que algumas são “redundante­s” tendo em conta o que o Governo está a preparar. Nesse sentido, não se compromete­u com a aprovação de nenhuma das soluções laranjas, explicando que a “incerteza” gerada pela guerra na Ucrânia obriga a que as medidas anticrise sejam adotadas “em resposta ao que vai acontecend­o”.

REGRESSO OU DESPEDIDA

“Se o PSD está disponível [para apresentar medidas], ainda bem”, afirmou Porfírio Silva. “Não é o que tem acontecido até agora.”

Para o deputado, “o mais importante” da festa do Pontal foi a presença do ex-primeiro-ministro Passos Coelho, que “pesa mais do que todas as palavras de Luís Montenegro”. Referindo que o antigo governante prometeu vencer a crise sem austeridad­e, “mas depois cortou tudo e aumentou impostos”, atirou: “Seria interessan­te saber se a ida de Passos Coelho à festa do Pontal foi um regresso ou uma despedida”.

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Presença de Passos “pesa mais que palavras de Montenegro”, diz Porfírio Silva

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