Putin e Kim Jong-un, amigos prováveis
Líderes russo e norte-coreano terão trocado cartas onde expressam a intenção de fortalecer a relação e a cooperação entre os dois países
O presidente russo, Vladimir Putin, terá enviado uma carta ao líder norte-coreano na celebração do Dia da Libertação da Coreia do Norte. Segundo revelou ontem a agência de notícias estatal de Pyongyang, a KCNA, o teor da mensagem endereçada a Kim Jong-un seria a intenção de “expandir as relações bilaterais abrangentes e construtivas com esforços comuns” dos dois países.
Putin reforçou que uma maior proximidade traria benefícios a ambos os países, ajudando a fortalecer a segurança e estabilidade na península coreana e no Nordeste asiático. Kim Jong-un, por sua vez, terá enviado uma carta onde enaltece a “amizade” entre Moscovo e Pyongyang — solidificada na Segunda Guerra Mundial, aquando da vitória sobre o Japão.
A “cooperação estratégica e tática, apoio e solidariedade” entre os países atingiu um novo nível nos esforços comuns para frustrar ameaças e provocações de forças militares hostis, terá acrescentado. É comum o líder norte-coreano usar a expressão “forças hostis” para se referir aos Estados Unidos e aliados.
Kim Jong-un acredita que a cooperação entre os dois países irá crescer, com base num acordo assinado com Putin em 2019. Em julho, a Coreia do Norte reconheceu oficialmente a independência das regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, pouco depois de a Síria o fazer.
SEGURANÇA DE ZAPORÍJIA
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, e o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, falaram ontem por telefone sobre a segurança da central nuclear de Zaporíjia, no Sul da Ucrânia, controlada por tropas de Moscovo desde março.
“Sergei Shoigu conduziu negociações por telefone com o secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre as condições para o funcionamento seguro da central nuclear de Zaporíjia”, anunciou o Ministério da Defesa russo em comunicado. Horas antes, Stéphane Dujarric, porta-voz de Guterres, tinha assegurado que o secretário-geral não tem autoridade para cancelar ou bloquear a visita da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) à central, esclarecendo, assim, comentários por parte de autoridades russas de que Guterres estaria a interferir na atividade da AIEA.