O desafio da qualificação e da inovação
O Ensino Superior é um tema central no verão, uma época em que os jovens fazem as suas opções no concurso nacional de acesso. Foram disponibilizadas mais vagas face ao ano anterior, um aumento marcado pelo reforço da oferta em competências digitais, por cursos novos apoiados pelo PRR orientados para o aumento de graduados em áreas STEAM – ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática – e a tendência de fixar mais vagas em ciclos de estudos com maior concentração de melhores alunos e com maior procura no mercado.
Registou-se uma redução de 2405 candidatos face a 2021, no entanto, é um resultado positivo face à queda demográfica, à pujança no mercado de trabalho e à pressão económica em certas famílias. Estes indicadores confirmam o consenso sobre as vantagens de estudar no Ensino Superior no acesso ao mercado de trabalho, a remunerações mais elevadas e a garantia de um futuro melhor.
Desta forma, Portugal pode manter a trajetória de convergência com a Europa, quer em termos de diplomados da população entre os 30 e os 34 anos, quer de jovens de 20 anos que frequentam o Superior. Contudo, o desafio mantém-se em fazer mais e melhor na qualificação de jovens de grupos socioeconómicos sub-representados e na formação ao longo da vida.
Os resultados provisórios divulgados sobre o potencial científico e tecnológico nacional revelam que a despesa em I&D atingiu em 2021 um novo aumento em Portugal de 1,69% do PIB, o que representa um crescimento de 10% em relação a 2020. A despesa em I&D aumentou em todos os setores de execução e de forma mais expressiva nas empresas, mas ainda temos um longo percurso de convergência com a Europa.
O futuro passa por mais ciência, pois precisamos de novos conhecimentos para garantir a qualidade de vida, do emprego e o bem-estar das futuras gerações; por mais inovação para a criação de produtos e serviços de maior valor acrescentado, perante o desafio de mudança de modelo económico que o país enfrenta; por mais formação face aos processos de mudança tecnológica, digital e ecológica, que exigem a atualização das competências da população.
O desafio mantém-se em fazer mais e melhor na qualificação de jovens de grupos socioeconómicos sub-representados e na formação ao longo da vida