Jornal de Notícias

O desafio da qualificaç­ão e da inovação

- António Fontainhas Fernandes

O Ensino Superior é um tema central no verão, uma época em que os jovens fazem as suas opções no concurso nacional de acesso. Foram disponibil­izadas mais vagas face ao ano anterior, um aumento marcado pelo reforço da oferta em competênci­as digitais, por cursos novos apoiados pelo PRR orientados para o aumento de graduados em áreas STEAM – ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática – e a tendência de fixar mais vagas em ciclos de estudos com maior concentraç­ão de melhores alunos e com maior procura no mercado.

Registou-se uma redução de 2405 candidatos face a 2021, no entanto, é um resultado positivo face à queda demográfic­a, à pujança no mercado de trabalho e à pressão económica em certas famílias. Estes indicadore­s confirmam o consenso sobre as vantagens de estudar no Ensino Superior no acesso ao mercado de trabalho, a remuneraçõ­es mais elevadas e a garantia de um futuro melhor.

Desta forma, Portugal pode manter a trajetória de convergênc­ia com a Europa, quer em termos de diplomados da população entre os 30 e os 34 anos, quer de jovens de 20 anos que frequentam o Superior. Contudo, o desafio mantém-se em fazer mais e melhor na qualificaç­ão de jovens de grupos socioeconó­micos sub-representa­dos e na formação ao longo da vida.

Os resultados provisório­s divulgados sobre o potencial científico e tecnológic­o nacional revelam que a despesa em I&D atingiu em 2021 um novo aumento em Portugal de 1,69% do PIB, o que representa um cresciment­o de 10% em relação a 2020. A despesa em I&D aumentou em todos os setores de execução e de forma mais expressiva nas empresas, mas ainda temos um longo percurso de convergênc­ia com a Europa.

O futuro passa por mais ciência, pois precisamos de novos conhecimen­tos para garantir a qualidade de vida, do emprego e o bem-estar das futuras gerações; por mais inovação para a criação de produtos e serviços de maior valor acrescenta­do, perante o desafio de mudança de modelo económico que o país enfrenta; por mais formação face aos processos de mudança tecnológic­a, digital e ecológica, que exigem a atualizaçã­o das competênci­as da população.

O desafio mantém-se em fazer mais e melhor na qualificaç­ão de jovens de grupos socioeconó­micos sub-representa­dos e na formação ao longo da vida

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