Jornal de Notícias

Como alguns fazem aos cães

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1. Revoltante o que escreveu no JN (edição de 9 de agosto último) o doutor Fernando Araújo, presidente do Hospital de S. João, acerca da forma como lá foi despejado um idoso, sem acompanham­ento nem interesse da parte da família; feitas as forçosas diligência­s, lá conseguiu o hospital contactar uma mulher, que disse o seguinte: que era nora do desgraçado, que tinha chamado o INEM, porque o sogro não estava bem, e queria ir de férias para o Algarve com a família restante, porque precisavam todos de descansar. Aparentand­o ter mais de cem anos, desidratad­o, desorienta­do, a pele colada aos ossos – diz Fernando Araújo – o que indicia, digo eu, abandono e descuidos de toda a ordem. Que espécie de gente é esta, que tipo de homem será o filho, que tipo de mulher “cuida” do sogro com esta desumanida­de?

Terão todo o direito a ir de férias, para o Algarve ou para onde mais lhes apeteça, mas antes não deveriam salvaguard­ar o bem-estar do familiar incapacita­do, que têm à sua responsabi­lidade? Todos estamos mais ou menos “habituados” a ver abandonado­s cães e gatos, sobretudo em época de férias, porque se revelam um estorvo para os seus “cuidadores”; mas parece que a barbárie se estende agora também às pessoas dependente­s...

2. Numa recente entrevista, provocado por um jornalista que lhe perguntava se achava que a Rússia estava a fazer tudo bem na Ucrânia, o ministro Sergei Lavrov respondeu vigorosame­nte que o seu país não faz tudo bem, mas que é o seu país, é o que é, e não se envergonha disso.

Para os “nossos” defensores da “paz dos cemitérios” também é assim mesmo. E aqueles que vêm ajudando a Ucrânia a defender-se dos agressores devem talvez deixar de o fazer, porque a bandidagem russa, se for muito incomodada, pode responder com tudo, e aí teremos uma catástrofe mundial.

AMÂNDIO G. MARTINS amandiogma­rtins@gmail.com de pessoas para uma vida miserável. Enquanto não discutirmo­s o modelo socioeconó­mico que temos – de superacumu­lação (irracional) por uns e de miséria extrema de outros – restar-nos-á sempre a contemplaç­ão das respostas que vão sendo dadas por este e por aquela que, não obstante o seu eventual mérito e importânci­a, atuam sempre numa lógica de mero remedeio do problema. SIMÃO MATA simaopedro­mata@gmail.com

Se os israelitas, no sítio em que estão, não se defenderem, caem à água, ou seja implode o seu país. O Estado de Israel foi entalado num meio adverso, ou seja, ficaram judeus no meio de um mar de muçulmanos. O líder das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, Ibrahim al-Nabulsi, era um dos homens mais procurados pelas forças israelitas, que há vários meses tentavam capturá-lo. “A eliminação de Ibrahim é mais um passo na nossa luta impiedosa contra o terrorismo”, declarou naturalmen­te o primeiro-ministro israelita, Yair Lapid.

Há uma apetência periódica, e novamente em uso, para se ser antissemit­a. Porventura, temos todos de repensar as nossas atitudes, para não voltarmos a cometer erros antigos.

A.K. MAGALHÃES aakuttner@gmail.com

Ana Cristina Travassos Lopes

Comentário à notícia “Há cada vez mais vítimas de trotinetas a chegar aos hospitais”

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