Bicicletas e trotinetas partilhadas já rolam em Guimarães
Serviço também chega às freguesias, mas os munícipes queixam-se do preço e da arrumação dos veículos
Manifestação contra mina em Boticas e em defesa da água
MOBILIDADE A primeira concessionária de velocípedes partilhados, a Bird, começou a operar no início deste mês em Guimarães, com 400 veículos. A Bolt, que também obteve luz verde do Município, deve chegar em breve. Após as primeiras semanas, o sistema recolhe elogios, mas também algumas críticas.
A Bird começou a operar, em Guimarães, a 4 de agosto, com 200 bicicletas e outras tantas trotinetas. Os veículos, todos eles elétricos, estão disponíveis em 70 pontos, distribuídos pelo concelho. Tratando-se do município português com mais vilas (nove), a extensão do serviço, logo no arranque, às zonas periféricas do concelho é vista por muitos como positiva, mas não está livre de polémica.
“As trotinetas começaram a aparecer na vila e eu não sabia de nada, não fui informado antecipadamente sobre a utilização do espaço público”, queixa-se o presidente da Junta de São Torcato, Alberto Martins. “Nós somos favoráveis a estes novos sistemas de mobilidade suave, mas penso que devíamos ter sido consultados, nomeadamente sobre os pontos de colocação”, acrescenta. Questionadas pelos fregueses sobre “o que eram aquelas trotinetas azuis”, as juntas de freguesia das vilas de São Torcato (PSD/CDS) e Caldas da Taipas (PS) publicaram comunicados nas redes sociais em que deixam claro que são alheias à colocação dos equipamentos.
EM CIMA DOS PASSEIOS
A arrumação dos veículos de partilha é um dos temas, a par com o preço e o cumprimento das regras de trânsito que preocupa os vimaranenses. “No primeiro dia, foi vê-las em cima de passeios. Onde vão agora andar os peões?”, questiona Helena Machado.
Vítor Silva, comissário da PSP de Guimarães, deixa claro que bicicletas e trotinetas têm de cumprir o código, “nomeadamente o uso de capacete e a não utilização de telemóvel durante a condução”. E deixa um aviso: “Brevemente vamos começar a fiscalizar em força”.
“É muito caro. São elétricas e novas, mas em Múrcia é muito mais barato e há lugares obrigatórios para devolução”
“Em Faro, uma viagem de 18 minutos custa 3,66 euros, aqui paguei quatro por 15. Mas estas trotinetas são muito melhores”
Protesto simbólico decorreu à porta da empresa Savannah
LÍTIO Populares e ativistas bloquearam ontem a porta do escritório da Savannah, em Boticas, num protesto simbólico contra a empresa e que visou alertar para a escassez de água e o consumo “excessivo” pela mineração. “Fora Savannah das nossas montanhas” foram as palavras de ordem mais repetidas em Boticas, a sede do concelho onde a empresa quer explorar lítio e outros minerais associados.
Junto ao escritório da Savannah os manifestantes colocaram sacos de terra para bloquear a porta e um grande cartaz onde se podia ler “Enterro da mineração, não passarão”. Lá dentro, não se encontrava ninguém. “Isto foi uma forma de demonstrar à empresa que, daqui, não passarão. Nós estaremos aqui para impedir que a empresa abra seja que tipo de mina for”, afirmou o presidente da associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso, Nelson Gomes.
PROBLEMAS DE ÁGUA
“Não é com minas que vamos resolver o problema do Interior e este é um bom ano – porque estamos em seca extrema – para alertar para a falta de água e que a extração mineira só vai piorar”, frisou. “Se já não temos água suficiente para alimentar os animais e as pessoas que vivem lá, como é que vamos ter água para sustentar uma mina que consome mais água que o próprio concelho durante o ano inteiro?”, questionou.
O autarca de Boticas, Fernando Queiroga, confirmou as dificuldades de abastecimento de água em Covas de Barroso, onde, pela primeira vez, está a ser necessário proceder a reabastecimentos dos depósitos.