Portugal pode entrar na sétima onda de calor deste ano
Presidente do IPMA avisa para perigo de incêndio com provável terceira onda severa
meteorológicas, com duração de seis a nove dias. Em fevereiro, a segunda, de seis dias, ocorreu em duas. Entre 3 e 14 de maio, a terceira, em 44 estações, com durações de seis a 12 dias. Em junho, entre os dias 9 e 17, ocorreu a quarta em 37 estações, durante seis a dez dias. E entre 2 e 18 de julho, a quinta em 37 estações (seis a 16 dias).
A sexta onda ocorreu de 29 de julho a 14 de agosto, com duração entre seis e 16 dias nos distritos de Bragança, Vila Real e Guarda, em onze estações, indicou ao JN Vanda Pires, da Divisão de Clima e Alterações Climáticas do IPMA.
SETEMBRO MUITO QUENTE
Desde a década de 1990 e sobretudo neste século, é maior a frequência de ondas de calor. O ano com mais registos no último decénio foi 2017, com sete.
As previsões para este ano não tranquilizam, apontando para “um setembro com uma probabilidade de 50% a 60% mais quente que o normal e 40% a 50% mais seco que o normal”, acrescenta Vanda Pires. E “os cenários futuros indicam a continuação do aumento da frequência e da sua intensidade e duração”, salienta.
“Já não há a menor dúvida de que têm relação com as alterações climáticas”, diz ao JN o climatologia João Santos, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, assinalando a “tendência clara para o aumento deste tipo de episódios”.
Se a mudança climática é responsável pelo aumento da temperatura e pelas alterações na circulação atmosférica, privando a Península Ibérica de chuvas, e a secura extrema e prolongada responde também pela severidade dos incêndios, a destruição do coberto vegetal que estes causam potencia mais ondas de calor, explica. Sem plantas e sem água no solo, não há evapotranspiração.