NATO atenta a tensões entre Belgrado e Pristina
Jens Stoltenberg recebeu ontem o presidente sérvio e o primeiro-ministro do Kosovo para apelar à contenção
BRUXELAS A NATO está “a monitorizar de perto as recentes tensões” entre Sérvia e Kosovo, garantiu ontem o secretário-geral da Aliança Atlântica, após receber em Bruxelas o presidente sérvio, que assegurou que Belgrado “quer evitar qualquer tipo” de conflito.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, e o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, falavam numa conferência de imprensa conjunta após uma reunião que antecedeu um outro encontro, separado, do líder da NATO com o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Curti.
Apelando uma vez mais à
contenção de todas as partes, o secretário-geral da Aliança reiterou que a missão de manutenção de paz da NATO no Kosovo (Kfor) “continua focada no seu mandato na ONU” e, “caso a estabilidade seja posta em risco, está pronta a intervir” e “tomará qualquer medida que seja necessária para assegurar um ambiente seguro e de liberdade de circulação para toda a população do Kosovo”.
Stoltenberg defendeu que “o diálogo construtivo é a única forma de resolver as diferenças na região” e apontou que “o diálogo Belgrado-Pristina facilitado pela UE é a plataforma adequada para encontrar uma solução que respeite os direitos de todas as comunidades”, pelo que saudou a “próxima ronda do diálogo que terá lugar amanhã [hoje]”, e exortou “todas as partes a empenharem-se de boa-fé”.
TRAVAR A ESCALADA
O presidente sérvio assegurou que o seu país “quer evitar qualquer tipo de escalada ou conflito” com o Kosovo, negando que a Sérvia tenha provocado “quem quer que seja”.
Já o primeiro-ministro kosovar, numa conferência de imprensa com Stoltenberg após o encontro entre ambos, voltou a acusar Belgrado, e a sua “abordagem destrutiva”, de ser responsável pela escalada das tensões.
“As instituições e os cidadãos do Kosovo têm motivos para desconfiar da abordagem destrutiva do nosso vizinho do norte em relação ao Kosovo e à região mais vasta, como parte da agenda prejudicial da Rússia para a Europa e os Balcãs”, declarou, voltando a aludir a alegadas interferências de Moscovo para desestabilizar a região.