Jornal de Notícias

Apoio a jovens para pagar a renda atinge novo máximo

Programa Porta 65 Jovem com 3240 novos beneficiár­ios, mais 12% do que há um ano. Alterações só em 2023

- Delfim Machado delfim.machado@jn.pt

ARRENDAMEN­TO O programa de apoio ao pagamento da renda Porta 65 Jovem aprovou 3240 candidatur­as referentes ao período de abril, o que constitui um recorde. Os dados do portal da habitação mostram que além de 3240 novos beneficiár­ios, foi renovado o apoio a 3668 agregados jovens.

O Porta 65 Jovem paga até 50% da renda de um imóvel a jovens ou casais até 35 anos. Em cada ano há três concursos, sendo que o de abril é o que, por regra, apoia mais gente. Há um ano, no concurso de abril, houve 3011 novas famílias apoiadas e 3140 renovadas, num total de 6151. Agora, o número subiu para 6908 (3240 novas e 3668 renovadas), o que se traduz num aumento de 12,3%.

As novas candidatur­as apoiadas representa­m um custo de 8,7 milhões de euros, o que também é um valor recorde. Até agora, o montante mais alto tinha sido registado no período de candidatur­as de abril do ano passado, em que o valor foi de 7,8 milhões de euros.

O principal problema apontado ao Porta 65 Jovem é a exclusão de muitas candidatur­as em cada concurso. Desta vez, o número de excluídas foi de 515, das quais 258 tentavam obter o apoio pela primeira vez e as restantes 257 renovar.

A taxa de rejeição é de 6,9%, abaixo da média. Segundo dados do Ministério das Infraestru­turas e da Habitação divulgados pelo JN a 7 de julho, a taxa de rejeição foi de 43,8% em 2021. Ou seja, das 19 561 candidatur­as apresentad­as nos três concursos do ano passado, foram apoiadas 11 052 e rejeitadas

8599. A percentage­m de candidatur­as rejeitadas em 2021 é igual à de 2020, que ficou em 44%. Em 2019 tinha sido de 50% e, em 2018, de 65%. No entanto, muitos nem sequer chegam a apresentar candidatur­a porque o valor da renda excede o teto máximo permitido.

NOVOS LIMITES EM 2023

Os limites constam de uma tabela elaborada em 2010. O Governo inscreveu no Orçamento do Estado para 2022 a alteração do limite máximo, mas fonte do Ministério das Infraestru­turas e da Habitação explicou ao JN que as alterações “serão promovidas até ao final do ano de 2022, sendo que só produzirão efeitos no ano seguinte”. Ou seja, o concurso lançado ontem e cujos resultados só serão divulgados em dezembro ainda está com as regras antigas.

A principal alteração é a subida do teto máximo da renda. Por exemplo, até agora, um jovem que arrendasse um T2 em Lisboa só podia ter apoio se a renda fosse igual ou inferior a 756 euros. No próximo ano, o limite já será de 1150 euros. O máximo por um T1 no Porto era de 468 euros e passa para 775 euros.

PORTA 65 Quem pode receber

Todos os jovens com idade igual ou inferior a 35 anos, ou casais cuja média de idade não supere os 35 anos, que tenham morada fiscal na casa arrendada e uma renda que não ultrapasse o teto máximo elegível no concelho. O rendimento do jovem ou casal não pode ser quatro vezes superior a esse teto.

Quanto tempo dura

O apoio é atribuído para um ano, mas é renovável até ao limite de cinco anos. Quando o jovem atinge os 35 anos só tem direito a mais dois anos de apoio.

Quanto se recebe

O apoio é transferid­o para a conta indicada na candidatur­a até ao dia 8 de cada mês e correspond­e a um valor que varia entre 40% e 50% da renda no primeiro ano (70% para jovem com deficiênci­a). A percentage­m de apoio reduz ao fim de cada ano, até ao limite mínimo de 10%.

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Limite máximo da renda admitida vai subir em 2023

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