Startups querem quadro legal “mais favorável”
Um dos desafios apontados é transformar a inovação em valor económico para o país
CONJUNTURA Como pode Portugal ser mais produtivo, competitivo e capaz de atrair mais investimento? Perante o atual contexto de incerteza económica, este será um dos assuntos em debate na conferência do Dinheiro Vivo “Covid, guerra, inflação: Como deve adaptar-se a fiscalidade no OE2023”, a realizar no dia 20 de setembro, no CCB, em Lisboa.
Uma das respostas à necessidade de Portugal tornar-se mais produtivo e competitivo, conseguindo atrair mais investimento, pode passar pelo ecossistema nacional de startups e inovação, afirmam António Dias Martins, diretor-executivo da Startup Portugal, e Joana Mendonça, presidente da Agência Nacional de Inovação.
Em 2021, as startups portuguesas conseguiram captar um total acima dos mil milhões de euros, segundo a Startup Portugal. “Em 2022 temos a expectativa de que este valor possa vir a ser ultrapassado”, revela António Dias Martins, que apela a uma intervenção mais assertiva do Estado com as startups.
“É urgente a criação de um quadro legal que reconheça estas empresas, tendo em conta todo o valor que podem aportar à nossa economia, criando condições para que estas escalem e se desenvolvam em Portugal, apoiando também a retenção do seu talento”, diz.
António Dias Martins recorda que Portugal iniciou um “esforço concertado” no desenvolvimento do ecossistema de startups por volta de 2016. “Dessa altura a esta parte, posicionamo-nos como um país que, além da qualidade de vida e infraestruturas de suporte à criação de novos negócios (rede de incubadoras, boas infraestruturas para a conectividade), construiu um ecossistema que caminha para a maturidade com unicórnios, startups e scaleups com atividade global”.
Ao dia de hoje contam-se já sete startups com “ADN nacional” com estatuto de unicórnio (avaliadas em mil milhões de euros) – Talkdesk, Anchorage Digital, Sword Health, Remote, Feedzai, Farfetch e Outsystems.
Uma das formas de tornar o país mais competitivo, tanto a nível de produção como em capacidade de atração de investimento, passará pela inovação produzida cá. Para Joana Mendonça, Portugal já compara positivamente em termos europeus, considerando que tem “recursos humanos qualificados”. “E os recursos humanos são críticos para dar o salto”.