Escola de pilotos no aeródromo de Ponte de Sor fecha
Oito em cada dez alunos querem aprender mirandês
Câmara diz que nova operadora assegurará maioria dos empregos
MUDANÇA A escola de formação de pilotos L3Harris Airline Academy, em Ponte de Sor, encerra no final deste mês.
Para a Câmara, a decisão é considerada “abrupta e inesperada”.
“Na procura do melhor resultado possível para as operações globais a longo prazo da nossa academia, lamentamos anunciar a cessação das operações na nossa academia em Portugal”, diz a empresa num comunicado enviado à Lusa.
A L3Harris justifica a decisão com a sua estratégia a nível mundial, o que a levou a rever a posição da sua carteira de academias pelo Mundo, incluindo a portuguesa.
A empresa diz que a decisão não perturba neste período o funcionamento da escola portuguesa, que continua a trabalhar normalmente até ao fecho.
NOVA OPERADORA
A Câmara de Ponte de Sor, também em comunicado, lamenta a posição da empresa, sublinhando ainda que “não foi atempadamente” consultada sobre a “decisão unilateral”, que considera ser “abrupta e inesperada”
“Cerca de nove dezenas de trabalhadores ficarão momentaneamente em situação de desemprego e verão os seus direitos devidamente salvaguardados. As instalações, propriedade do município, serão prontamente ocupadas por uma outra operadora, que adquiriu os ativos da empresa L3Harris”.
O presidente da Câmara de Ponte de Sor, Hugo Hilário, garante que “quase todos” os postos de trabalho vão ficar assegurados com a chegada da nova operadora.
Procura aumentou nas escolas de Miranda do Douro
ENSINO Este ano, aumentou o número de alunos inscritos em Língua Mirandesa, uma disciplina de opção lecionada no Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro. Dos 575 alunos matriculados no estabelecimento de ensino, 448 estão inscritos em mirandês, ou seja 79%. “Subiu uns 2% face aos outros anos letivos, mas é um bom número. As pessoas do concelho estão mais sensibilizadas para a preservação da nossa língua e sabem que é algo muito importante na nossa comunidade, por isso incentivam os seus educandos a inscrever-se”, explicou António Santos, diretor do agrupamento, que considera o crescimento “sustentado”.
Sem esconder “o orgulho” pela procura das aulas desta língua, António Santos lembra que “também é o reconhecimento do trabalho feito pelos professores”.
O mirandês é uma disciplina de opção ensinada desde o Pré-Escolar até ao 12.o ano, por dois docentes. Foi reconhecido como a segunda língua oficial no país em 1999.
O seu ensino em Miranda do Douro teve início em 1986/1987, por autorização ministerial de 1985.
GLÓRIA LOPES