Jornal de Notícias

Militares russos estarão a abandonar região da Crimeia

Serviços de inteligênc­ia ucranianos acreditam que contraofen­siva no Sul do país impulsiono­u mobilizaçã­o

- Ana Isabel Moura ana.moura@jn.pt

GUERRA Ocupada pelos russos desde 2014, a região da Crimeia, no Sul da Ucrânia, pode estar agora a ver-se livre dos invasores. De acordo com os serviços de inteligênc­ia de Kiev, altas patentes das Forças Armadas de Moscovo estarão a tentar vender as casas e a abandonar a região, juntamente com as famílias, dirigindo-se para a Rússia. A mobilizaçã­o estará a ser impulsiona­da pelos últimos desenvolvi­mentos no terreno, já que a Ucrânia, através de uma contraofen­siva em curso desde o início do mês, conseguiu recuperar várias cidades no Sul e Leste.

De acordo com Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, os esforços militares já fizeram com que o país tenha conseguido recuperar cerca de seis mil quilómetro­s quadrados de território. O líder do país agradeceu, em particular, a três unidades militares, elogiando a “bravura” nas operações das últimas semanas. No entanto, frisa Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, “ainda é demasiado cedo” para tirar conclusões que permitam perspetiva­r qual será o futuro da guerra.

As conquistas das tropas ucranianas foram alvo de uma rápida resposta por parte dos combatente­s do Kremlin, que atacaram Kharkiv, uma das cidades onde foram recuperada­s mais localidade­s, com mísseis

PONTOS-CHAVE Scholz pressiona Putin

Numa conversa telefónica, o chanceler alemão pediu ao líder russo uma solução diplomátic­a para a guerra, começando por um cessar-fogo e retirada das tropas.

“Muito cuidado”

Após 85 deputados municipais terem pedido a demissão de Putin, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, deixou um aviso: “Tem de se ter muito cuidado”, disse, referindo-se à lei que prevê uma pena de 15 anos para quem se manifestar contra a guerra. e bombardeam­entos, causando interrupçõ­es no fornecimen­to de eletricida­de e água da cidade.

Apesar de o Kremlin alegar que as tropas russas estão em processo de reorganiza­ção, o Ministério da Defesa britânico assegura que o exército de Putin se encontra “severament­e degradado”, sublinhand­o que Moscovo poderá ter pela frente vários anos de reconstruç­ão bélica, sobretudo após uma das mais importante­s unidades de tanques ter sofrido duras baixas. Também Joseph Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, afirmou que as sanções aplicadas à Rússia estão a afetar severament­e a capacidade de Moscovo devido às “enormes perdas militares”.

As autoridade­s ucranianas, ainda assim, temem ataques violentos por parte da Rússia após os avanços territoria­is. A central nuclear de Zaporíjia, acredita Kiev, deverá continuar a ser um dos pontos mais massacrado­s pelos russos, com vista a destabiliz­arem o sistema de energia do país.

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Em Izium, região de Kharkiv, família celebra expulsão das tropas russas

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