Jornal de Notícias

Vizinhos do Cáucaso outra vez em guerra

Arménia denuncia ataque do Azerbaijão: 49 soldados mortos

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CONFLITO A Arménia acusa o Azerbaijão de uma vasta ofensiva. Erevan dá conta de pelo menos 49 soldados mortos. “Infelizmen­te, não é o número definitivo”, anunciou o primeiro-ministro arménio, Nikol Pachinyan, em alocução ao Parlamento. A Rússia reclama os méritos diplomátic­os de um acordo de cessar-fogo imediato.

Ainda e sempre na origem de todas as discórdias entre as duas ex-repúblicas soviéticas, os ressentime­ntos históricos causaram os confrontos verificado­s na madrugada de ontem, com maior intensidad­e nas cidades de Goris, Sotk e Jermuk. São os combates militares mais graves registados desde o conflito que, durante um mês e meio, no outono de 2020, causou 6500 mortos, na batalha pela região montanhosa do Alto-Karabakh, um enclave de maioria arménia no território do Azerbaijão, que tem estado na origem dos conflitos armados verificado­s desde os anos 1990.

“ATOS SUBVERSIVO­S”

O Azerbaijão também anuncia “baixas” nos confrontos desta madrugada, mas não lhes precisa o número. Desde Baku, o Ministério da Defesa acusa a Arménia de “atos subversivo­s em grande escala” perto das regiões fronteiriç­as de Dashkesan, Kelbajar e Lachin e observa que as posições tomadas pelo exército azeri foram atacadas “por tiros e morteiros”.

O Nagorno-Karabach separou-se do Azerbaijão durante o desmembram­ento da União Soviética, em 1991. No acordo de cessar-fogo de 2020, a Arménia cedeu território que controlava havia décadas e Moscovo enviou dois mil militares para vigilância das tréguas, que sempre se revelaram muito frágeis.

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