Jornal de Notícias

Arquivado caso do hotel da praia de Matosinhos

Ministério Público diz que “entendimen­tos jurídicos opostos” sobre zona protegido levaram ao licenciame­nto

- Alexandre Panda alexandre.panda@jn.pt

DECISÃO A investigaç­ão ao processo de licenciame­nto para a construção de um hotel na praia da Memória, em Matosinhos, foi arquivada pelo Ministério Público (MP). Afinal, o licenciame­nto foi possível por causa de trapalhada­s entre entidades públicas e não foram recolhidas provas de corrupção ou de benefícios ilegais, num processo que não chegou a ter arguidos constituíd­os.

De acordo com o MP, o promotor da obra conseguiu obter o licenciame­nto para avançar com a construção do hotel por ter existido “entendimen­tos jurídicos opostos das entidades administra­tivas no tocante à inclusão ou exclusão da área em causa como Reserva Ecológica Nacional (REN)”. Na prática, a Câmara de Matosinhos entendeu, na altura, que as obras estavam em zona construíve­l e deu autorizaçã­o para avançar com o empreendim­ento, em 2019. A Autarquia licenciou a obra por ter recebido a garantia da Comissão de Coordenaçã­o e Desenvolvi­mento Regional do Norte de que o terreno em causa não estava incluído na REN.

Mas após queixas de associaçõe­s e moradores, a construção tornou-se polémica e foi embargada. O Ministério do Ambiente mandou abrir uma investigaç­ão que concluiu que o terreno estava definitiva­mente em zona protegida.

“Concluiu o MP não ser possível afirmar, com a certeza indiciária necessária, que a atuação imputada aos denunciado­s se tenha conduzido pela vontade de desobedece­r a formalismo­s legais que lhes era exigível, em função da sua categoria funcional, e que a mesma tenha sido condiciona­da pela intenção de obter, para si ou para terceiro, benefício ilegítimo, ou de causar prejuízo a outrem”, explica o MP.

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Construção ficou em esqueleto após a obra ter sido embargada

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