Catequizar é muito mais que ensinar
A catequese é uma das atividades mais importantes na vida da Igreja. No encerramento do congresso internacional de catequistas, que decorreu em Roma de 8 a 10 de setembro, o Papa desafiou os participantes a “nunca se cansarem de ser catequistas”. Numa breve frase o Papa definiu o que não é, e o que é, a catequese: “A catequese não pode ser como uma hora escolar – é uma experiência viva de fé que cada um de nós deseja transmitir às novas gerações”.
A experiência da fé, embora a suponha, não se reduz à aquisição de conhecimentos religiosos: exige o encontro pessoal e transformador com Jesus Cristo. Para que um ou uma catequista possa realizar bem a sua missão, exige-se que ele ou ela já possua essa intimidade com o Filho,
que se sintam amados pelo Pai e movidos pelo Espírito Santo. É muito mais importante isto – e sabê-lo transmitir – do que muitos conhecimentos religiosos. Estes são úteis para dar razões à fé, não são a sua origem e essência.
Nesta perspetiva, a catequese não tem como principal objetivo transmitir conhecimentos, mas sim levar as crianças, os adolescentes e os adultos a encontrarem-se, também eles, com Cristo. E a deixá-lo transformar as suas vidas.
São muitos os exemplos que a Igreja pode apresentar dessa transformação operada na vida de tantos homens e mulheres. A esses chama-lhes santos. Não são semideuses a quem podemos recorrer nas nossas aflições, mas humanos como nós que, mesmo depois de se encontrarem com Cristo, continuaram a pecar e a experimentar a misericórdia e o perdão de Deus. Na verdade, não há nada que nós possamos fazer que leve Deus a amar-nos menos.
Ao reiniciar as atividades catequéticas, todos os catequistas deverão acolher os desafios do Papa. Devem focar-se mais em transmitir a sua experiência viva de fé do que conhecimentos religiosos.