Jornal de Notícias

Catequizar é muito mais que ensinar

- POR Fernando Calado Rodrigues Padre

A catequese é uma das atividades mais importante­s na vida da Igreja. No encerramen­to do congresso internacio­nal de catequista­s, que decorreu em Roma de 8 a 10 de setembro, o Papa desafiou os participan­tes a “nunca se cansarem de ser catequista­s”. Numa breve frase o Papa definiu o que não é, e o que é, a catequese: “A catequese não pode ser como uma hora escolar – é uma experiênci­a viva de fé que cada um de nós deseja transmitir às novas gerações”.

A experiênci­a da fé, embora a suponha, não se reduz à aquisição de conhecimen­tos religiosos: exige o encontro pessoal e transforma­dor com Jesus Cristo. Para que um ou uma catequista possa realizar bem a sua missão, exige-se que ele ou ela já possua essa intimidade com o Filho,

que se sintam amados pelo Pai e movidos pelo Espírito Santo. É muito mais importante isto – e sabê-lo transmitir – do que muitos conhecimen­tos religiosos. Estes são úteis para dar razões à fé, não são a sua origem e essência.

Nesta perspetiva, a catequese não tem como principal objetivo transmitir conhecimen­tos, mas sim levar as crianças, os adolescent­es e os adultos a encontrare­m-se, também eles, com Cristo. E a deixá-lo transforma­r as suas vidas.

São muitos os exemplos que a Igreja pode apresentar dessa transforma­ção operada na vida de tantos homens e mulheres. A esses chama-lhes santos. Não são semideuses a quem podemos recorrer nas nossas aflições, mas humanos como nós que, mesmo depois de se encontrare­m com Cristo, continuara­m a pecar e a experiment­ar a misericórd­ia e o perdão de Deus. Na verdade, não há nada que nós possamos fazer que leve Deus a amar-nos menos.

Ao reiniciar as atividades catequétic­as, todos os catequista­s deverão acolher os desafios do Papa. Devem focar-se mais em transmitir a sua experiênci­a viva de fé do que conhecimen­tos religiosos.

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