Dragão de combate acaba com o sonho dos viriatos
Equipa de Sérgio Conceição teve de trabalhar, e muito, para acabar com o percurso invencível de um Académico com qualidade para voltar à Liga
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LEIRIA O campeão nacional continua na corrida pelo único troféu que falta no museu do clube e, agora, está a um clássico com o Sporting – já depois de amanhã – de o conseguir. Os azuis e brancos tiveram de vestir o fato-macaco para acabar com a incrível série de 20 jogos sem perder do Académico de Viseu e, assim, garantir a presença na final da Taça da Liga 2022/23.
Tudo a perder e nada a ganhar. As palavras de Sérgio Conceição, na antevisão da meia-final, não caíram em saco roto e apesar de o técnico ter apresentado uma frente de ataque totalmente nova, com Pepê, Veron e Namaso nos lugares de Galeno, Taremi e Toni Martínez, os dragões entraram com tudo. O domínio nos primeiros 20 minutos foi quase asfixiante, mas só rendeu um golo (Eustaquio, aos sete minutos) e várias oportunidades perdidas, com destaque para um cabeceamento ao poste de Pepe.
Com os adeptos beirões em clara maioria nas bancadas – foram mais de 30 os autocarros que viajaram de Viseu até Leiria – e um apoio incrível do primeiro ao último minuto, o Académico entusiasmou-se e Clóvis só não fez o empate aos 21 minutos porque Pepe está sempre no sítio certo. O duelo manteve-se repartido até ao intervalo e a segunda parte começou com duas perdidas incríveis de Otávio e Clóvis a voltar a ameaçar a baliza à guarda de Cláudio Ramos.
Aos 66 minutos, o F. C. Porto carimbou o passaporte para a final, com João Mário a mostrar muita classe ao fazer um passe por cima da linha defensiva viseense e Namaso a inscrever o nome na lista de marcadores da competição. Nem com uma montanha para escalar o Académico se deu como vencido, mas seria a equipa portista a pôr um pedra sobre o assunto: à entrada dos últimos dez minutos, Otávio deixou a bola passar para Bernardo Folha, cujo primeiro remate ainda foi defendido por Gril. Arthur Chaves tentou o corte, mas a bola bateu no médio portista e transformou-se no 3-0 que leva o dragão à final.
Veron e Pepê não aproveitaram a oportunidade, embora o 11 tenha melhorado de rendimento no segundo tempo. Quizera tem qualidade, mas foi individualista. AC.º VISEU Gril; Bandeira (Mesquita,
85), André Almeida, Arthur Chaves
(Ícaro, 85) e Milioransa; Nduwarugira,
Messeguem e Toro; Quizera (ramirez,
73), André Clóvis e Gautier Ott (Yuri
Araújo, 73)
Treinador Jorge Costa
F. C. PORTO Cláudio Ramos; João Mário (Rodrigo Conceição, 81), Pepe, Marcano e Wendell; Uribe, Eustaquio (Bernardo Folha, 62), Otávio e Pepê (Gonçalo Borges, 81); Veron (Galeno, 61) e Namaso (Taremi, 81) Treinador Sérgio Conceição
LOCAL Estádio Municipal de Leiria – Magalhães Pessoa
TEMPO Noite fria RELVADO Razoável ESPECTADORES Cerca de 10 mil ÁRBITRO Rui Costa (Porto) ASSISTENTES João Bessa Silva e Carlos Martins
VAR André Narciso (Setúbal)
AO INTERVALO 1-0 GOLOS Eustaquio (7), Namaso (66), Bernardo Folha (79) AMARELOS Toro (34), Eustaquio (50), Messeguem (59), Bandeira (72), Jorge bCosta (tr. Ac. Viseu, 72), André Clóvis (74) e Milioransa (89)
Namaso correu muito e lá conseguiu o golo que procurava, mas foram João Mário e Pepe a brilhar mais alto. Arthur Chaves foi um muro na defesa viseense.
Rui Costa assinou uma ar- bitragem imaculada no capítulo técnico, mas perdoou alguns amarelos e uma entrada de sola de Bandeira até podia ter valido o vermelho.