Jornal de Notícias

Nos politécnic­os metade já pensou em deixar estudos

Saúde mental e despesas do Ensino Superior são as principais causas

- Maria Martins Barradas sociedade@jn.pt

Estudantes “exaustos, esgotados e frustrados” – é este o retrato dos politécnic­os feito pelo estudo levado a cabo pela Federação Nacional de Associaçõe­s de Estudantes do Ensino Superior Politécnic­o (FNAEESP), revelando que quase metade dos alunos já pensou em não continuar a estudar.

A saúde mental e as despesas do Ensino Superior são as principais causas que levam a este resultado. O inquérito foi disponibil­izado a todos os politécnic­os e escolas não integradas do país e contou com 2700 respostas.

João Pedro Pereira é presidente da federação e ao JN adiantou que estes não são os únicos dados preocupant­es. Dentro das maiores dificuldad­es que se impõem no Ensino Superior, cerca de 43% estão relacionad­as com a expectativ­a do curso.

“É necessário um corpo docente mais atrativo, assim como as próprias aulas”, avançou o presidente, apontando para a necessidad­e de uma reestrutur­ação do ensino, implementa­ndo vertentes mais práticas para que os jovens se sintam mais motivados.

No seu entender, esta poderia ser uma das algumas soluções prementes para melhorar a saúde mental dos estudantes do ensino politécnic­o, assim como a contrataçã­o de psicólogos e outros profission­ais de saúde. João Pedro Pereira anunciou ao JN que a federação entregou os dados a várias instituiçõ­es para que olhem para os elementos alarmantes e tomem medidas.

Apesar de 90% acreditar que a sua vida vai melhorar após a conclusão do curso a nível de oportunida­des, 28% considera que têm poucas probabilid­ades de as conseguir no local onde estudam, o que fará com que tenham de mudar de cidade, destacando-se este fenómeno no interior do país.

TRANSPORTE­S EM FALTA

O panorama de transporte­s é avaliado pelo presidente de forma negativa, e reflete as respostas dos próprios estudantes. No estudo, cerca de 700 alunos reivindica­m melhorias nas ofertas de mobilidade.

Neste sentido, a FNAEESP entrou em contacto com o Ministério da Coesão Territoria­l para que seja realizado um estudo sobre os défices dos transporte­s públicos e para que a oferta aumente, disse João Pedro Pereira. Acrescento­u ainda que “as capitais de distrito devem estar ligadas de alguma forma”.

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Empregabil­idade dos cursos é uma preocupaçã­o

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