Porto quer dispersar turismo
Com a chegada do turismo, o Porto nunca mais foi o mesmo e as opiniões dividem-se entre os que acolhem com gosto os visitantes e os que desconfiam deste movimento de pessoas novas, vindas de todo o Mundo, de smartphones na mão, a fotografar tudo o que mexe e não mexe. As ruas tornam-se exíguas para tanta gente, as esplanadas proliferam pelos passeios, as habitações transformam-se em hotéis e alojamentos locais e as mercearias dão lugar a “breakfasts”, “lunches” e “brunches” entre lojas de “souvenirs”. O turismo espoletou novas dinâmicas na economia e criou investimentos na reabilitação urbana da cidade. Porém, criou excesso de pressão na Baixa da cidade. É neste sentido que, recentemente, Catarina Cunha, vereadora do Turismo, apresentou a “Estratégia de base para a dispersão dos fluxos turísticos do destino Porto e a criação de quarteirões no concelho do Porto”, um estudo que orienta o turismo para outros lugares na procura de novos equilíbrios entre moradores e turistas, reforçando novos centros de atração, sublinhando a autenticidade e identidade das praças, dos jardins e dos bairros. Acredito nesta estratégia. Dispersar sem perturbar o lugar. Criar novos ativos económicos. Aprender novas narrativas que contêm belas histórias sobre outros lugares físicos e sociais da Foz à Asprela, do Carvalhido a Campanhã. Narrativas inspiradoras e genuínas, do Porto universitário ao das quintas, do burguês ao industrial, dos rios ao das linhas de água, da arquitetura tradicional à contemporânea.
Parabéns por esta estratégia de sustentabilidade e de coesão do território. Há muito mais Porto com belas histórias para contar.