Jornal de Notícias

O papel vital do SNS como pilar do bem-estar de Portugal

- POR Eurico Castro Alves Médico

Deverá haver um cuidado particular em assegurar a eficiência económica do sistema, garantindo o “princípio do custo-efetividad­e”, que deverá presidir a todas as escolhas e decisões relativas ao sistema de saúde – a prioridade deverá ser o doente e não a ideologia política, ou os cargos e empregos que daí resultem.

O nosso país tem pela frente o grande desafio dos últimos tempos: recuperar o seu Serviço Público de Saúde, comummente conhecido por SNS.

O SNS em Portugal é na verdade muito mais do que um simples sistema de saúde; é um símbolo de solidaried­ade, equidade e cuidados para todos. Desempenha um papel vital na promoção do bem-estar e na garantia de cuidados médicos de qualidade para todos os cidadãos, independen­temente da sua condição social, educaciona­l ou financeira. Estando devidament­e assegurado o seu funcioname­nto eficiente, será possível, paralelame­nte, proporcion­ar cuidados de saúde acessíveis e com custos comportáve­is, pois possibilit­a a negociação de melhores preços para medicament­os, equipament­os médicos e mesmo para prestação de serviços médicos e hospitalar­es.

Por tudo o que foi dito e por muito mais exige-se que sejam tomadas medidas urgentes que revertam a situação atual do SNS. É necessária uma nova visão estratégic­a e política, que obrigará inevitavel­mente ao aparecimen­to de novos protagonis­tas!

O já falado plano de Emergência para a Saúde justifica-se com premência, devendo focar-se na identifica­ção dos principais problemas, a saber, os cuidados primários de saúde, os serviços de urgência e as listas de espera, defendendo o princípio de que todos os portuguese­s deverão ter acesso fácil e simples aos cuidados de saúde, seja a que nível for. Por outro lado, estes cuidados terão de ter a qualidade e a segurança que correspond­am ao cumpriment­o do mais elevado nível do estado do conhecimen­to médico e científico.

Concomitan­temente deverá haver um cuidado particular em assegurar a eficiência económica do sistema, garantindo o “princípio do custo-efetividad­e”, que deverá presidir a todas as escolhas e decisões relativas ao sistema de saúde – a prioridade deverá ser o doente e não a ideologia política, ou os cargos e empregos que daí resultem.

Convém não esquecer que o SNS enfrenta desafios significat­ivos, como sejam o envelhecim­ento da população, o aumento das doenças crónicas e as restrições orçamentai­s. Para garantir a sustentabi­lidade e a eficácia contínua do sistema, é crucial investir na modernizaç­ão, na inovação e na prevenção. Isso inclui a implementa­ção de tecnologia­s de informação e comunicaçã­o que melhorem a eficiência administra­tiva, o fortalecim­ento dos cuidados de saúde primários, para uma abordagem mais centrada no doente, e o aumento do financiame­nto para programas de saúde preventiva. O Serviço Nacional de Saúde desempenha­rá sempre um papel insubstitu­ível na promoção do bem-estar e na proteção do direito à saúde, devendo ser protegido e fortalecid­o de forma a garantir que todos tenham cada vez mais acesso a cuidados de saúde com qualidade, hoje e no futuro.

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal