Costa sai satisfeito e com “missão cumprida”
Excedente fica para o novo Governo decidir onde investir
António Costa salientou ontem que vai deixar funções com o sentido de “missão cumprida”, congratulando-se com o excedente orçamental de 1,2% alcançado em 2023 e que vai deixar ao próximo Governo com “liberdade de escolha”. À tarde, reuniu-se com o primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro.
No Palácio de São Bento, para fazer o balanço de oito anos de governação, António Costa começou por lembrar as “múltiplas crises” às quais o Executivo procurou responder e destacou o crescimento económico que contribuiu para o aumento de salários e das pensões. Aos jornalistas, vincou que quando tomou posse, em 2015, a preocupação das pessoas era “como é que se arranjava dinheiro para pagar o que era necessário pagar”. “Nós temos agora este saldo orçamental positivo, já tendo reposto integralmente os vencimentos e as pensões cortadas”, destacou.
LIBERDADE DE ESCOLHA
Costa admitiu que gostaria de ter iniciado funções nestas condições. “O que sinto que é a minha missão é ter deixado o Estado em condições de quer governos quer oposições poderem ter mais liberdade de escolha”, realçou. Ainda sobre o excedente, o primeiro-ministro cessante salientou que não foi devido à despesa. “Onde é que está a chave do saldo positivo do ano passado? Está no enorme crescimento das receitas da Segurança Social. É o saldo de 5670 milhões da Segurança Social que cobriu o défice de 2322 milhões do Estado, das regiões e das autarquias locais”, salientou, explicando que esse saldo positivo resultou do facto de existirem “mais empregos” e salários mais altos.
Ao futuro Governo deixou ainda um aviso. É necessário “diferenciar o que são despesas extraordinárias e irrepetíveis”, como “construir um aeroporto ou fazer um linha de TGV, de despesas permanentes, “como aumentar pensões ou salários”, disse. Interrogado pela marca que deixa, disse que “cada um ficará com o ‘souvenir’” que quiser da sua governação.