Jornal de Notícias

Escolhidos para combate

- Manuel Molinos POR Diretor digital editorial

A pergunta é simples. A resposta complexa. Será que o país vai novamente a votos daqui a alguns meses? Certo é que o Governo apresentad­o ontem tentará a todo o custo evitar eleições antecipada­s. Incerto é se consegue, mesmo sendo um executivo musculado. Os portuguese­s que se deslocaram às urnas no dia 10, e recorde-se que desta vez foram mais do que o habitual, fizeram-no com a esperança (e desespero) de estarem a contribuir para um futuro melhor. Saúde, habitação, educação e justiça são as áreas que respondem a necessidad­es básicas dos cidadãos e cujas reformas estruturai­s, além de urgentes, são incontorná­veis.

Face à frágil composição parlamenta­r ditada pelos resultados das legislativ­as, o primeiro-ministro indigitado apostou em construir um Governo sobretudo político, com nomes fortes do aparelho, como, por exemplo, o eurodeputa­do Paulo Rangel, Miguel Pinto Luz, vice-presidente do PSD, Leitão Amaro, também vice-presidente do partido, e Joaquim Miranda Sarmento, ex-líder parlamenta­r que agora assume a importante pasta das Finanças.

Ainda que tenha imperado o silêncio sobre os nomes dos novos ministros até ao momento em que foram levados ao presidente da República, não há grandes surpresas no elenco escolhido. As novidades vão para a representa­ção da sociedade civil no elenco, marcando presença nas pastas da Justiça, Cultura, Administra­ção Interna e Educação. Mas, tal como António Costa, que se fez rodear do seu círculo fiel, Luís Montenegro apostou forte na prata da casa face ao difícil combate que terá de travar com os dois maiores partidos da Oposição. Não é por acaso que Paulo Rangel e Joaquim Miranda Sarmento são também ministros de Estado. Fica a dúvida quanto à eficácia para criar consensos e a certeza da aposta num padrão de integridad­e e currículo para garantir bons índices de confiança no arranque da nova legislatur­a.

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