IHRU lança projetos para renda acessível em Gaia e Setúbal
Processo de manifestação de interesse decorre numa altura em que as rendas aumentaram quase 11%
O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) escolheu Vila Nova de Gaia e Setúbal para dar o pontapé de saída da política Nova Geração de Cooperativismo para a Promoção de Habitação Acessível, que integra o programa Mais Habitação. O objetivo é disponibilizar casas num modelo de propriedade coletiva, ou seja, as habitações mantêm-se na posse da cooperativa, sendo cedidas aos cooperadores na modalidade de direito de uso ou de arrendamento acessível. Estes primeiros projetos habitacionais são lançados numa altura em que as rendas dos novos contratos conheceram um aumento de 10,6%.
Em Setúbal, o instituto público disponibiliza um terreno de 2393 metros quadrados (m2), na freguesia de S. Sebastião, com potencial para a construção de 50 apartamentos e lugares de garagem, num total de seis pisos. Em Gaia, está prevista a cedência de um lote de 3272 m2, na freguesia da Madalena, onde poderá ser construído um edifício com cerca de 80 fogos e uma área para estacionamento e arrumos. Os interessados em desenvolver estes projetos-piloto têm de manifestar a sua intenção junto do IHRU até 2 de maio.
Segundo o instituto, os dois projetos estão abertos a manifestações de interesse de cooperativas já constituídas ou de cidadãos interessados em formar uma sociedade coletiva. Os protocolos a celebrar entre o IHRU e essas potenciais entidades podem contemplar a totalidade ou apenas parte da capacidade edificativa dos terrenos. O programa contempla a cedência gratuita do direito de superfície por um período igual ou superior a 75 anos.
O IHRU admite afetar outros lotes para construção ou edifícios para reabilitação da Bolsa de Imóveis do Estado ao abrigo da Nova Geração de Cooperativismo para a Promoção de Habitação Acessível. Por isso, tem permanentemente aberta a apresentação de manifestações de interesse para outras localizações.
RENDAS DISPARAM
Enquanto não estão no terreno soluções habitacionais adequadas aos rendimentos da larga maioria dos portugueses, as rendas continuam a disparar. No ano passado, a renda mediana (valor central dos dados) dos novos contratos de arrendamento no país atingiu os 7,21 euros por metro quadrado, um aumento de 10,6% face a 2022, revelou ontem o Instituto Nacional de Estatística.
Lisboa destacou-se com o preço do metro quadrado mais elevado, 15,22 euros, 18,2% superior face a 2022.