Jornal de Notícias

Ministério titânico?

- Francisco Porto Fernandes Presidente da Federação Académica do Porto

Na passada terça-feira, as federações e associaçõe­s académicas de todo o país enviaram ao primeiro-ministro indigitado uma carta aberta a apelar à separação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Ao ler esta crónica, o caro leitor já saberá como será composto o Governo, existindo duas opções: ou Luís Montenegro decidiu ter em conta o nosso apelo ou optou por desvaloriz­ar o Ensino Superior.

Não é exequível ter no mesmo ministério as pastas da Educação, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Não podemos ter um ministério titânico, nem é possível ser-se ministro do Ensino Superior de manhã e da Educação à tarde. O Ensino Superior precisa de ser valorizado e sem separação, o ministro ou ministra não conseguirá dar importânci­a a um setor fundamenta­l para o desenvolvi­mento económico e social do país. Países com realidades semelhante­s à portuguesa, como Espanha, Itália e França são países com a tutela do Ensino Superior separada da da Educação. Voltar a juntar as tutelas será um retrocesso. Temos um problema gravíssimo em mãos com o alojamento estudantil. O novo Governo precisa concretiza­r o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior e construir as 18 mil camas prometidas até 2026, caso contrário, voltaremos a estar colocados, mas desalojado­s. É ainda necessário retomar a revisão do Regime Jurídico das Instituiçõ­es de Ensino Superior para, por exemplo, voltar a tornar a universida­de exemplo de democracia, tornando mais transparen­te o processo de eleição dos reitores. Tudo isto são questões que necessitam de um ministro, de presença e força no conselho de ministros.

Não podemos voltar para trás!

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POR

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