Ministério titânico?
Na passada terça-feira, as federações e associações académicas de todo o país enviaram ao primeiro-ministro indigitado uma carta aberta a apelar à separação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Ao ler esta crónica, o caro leitor já saberá como será composto o Governo, existindo duas opções: ou Luís Montenegro decidiu ter em conta o nosso apelo ou optou por desvalorizar o Ensino Superior.
Não é exequível ter no mesmo ministério as pastas da Educação, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Não podemos ter um ministério titânico, nem é possível ser-se ministro do Ensino Superior de manhã e da Educação à tarde. O Ensino Superior precisa de ser valorizado e sem separação, o ministro ou ministra não conseguirá dar importância a um setor fundamental para o desenvolvimento económico e social do país. Países com realidades semelhantes à portuguesa, como Espanha, Itália e França são países com a tutela do Ensino Superior separada da da Educação. Voltar a juntar as tutelas será um retrocesso. Temos um problema gravíssimo em mãos com o alojamento estudantil. O novo Governo precisa concretizar o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior e construir as 18 mil camas prometidas até 2026, caso contrário, voltaremos a estar colocados, mas desalojados. É ainda necessário retomar a revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior para, por exemplo, voltar a tornar a universidade exemplo de democracia, tornando mais transparente o processo de eleição dos reitores. Tudo isto são questões que necessitam de um ministro, de presença e força no conselho de ministros.
Não podemos voltar para trás!