Jornal de Notícias

Nas entrelinha­s do discurso

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“Não ficámos um país rico só porque tivemos um superavit orçamental (...). A teoria dos ‘cofres cheios’ conduz à reivindica­ção desmedida e descontrol­ada de despesas insustentá­veis (...). Esta ideia é perigosa, é errada e é mesmo irresponsá­vel”.

O novo primeiro-ministro procurou ontem desmontar a ideia de que as contas certas no Estado, e em particular o excedente orçamental de 1,2% que herdou do Executivo socialista, permitirão que o Governo da AD possa aumentar facilmente a despesa pública ainda este ano.

“Em particular o PS, que governou 22 dos últimos 28 anos (...), deve ser claro e autêntico quanto à atitude que vai tomar: ser oposição democrátic­a ou ser bloqueio democrátic­o”.

Luís Montenegro centrou as suas atenções nos socialista­s, optando por pressionar e apelar ao PS, em vez do Chega, para que viabilize o seu Governo até ao final da legislatur­a. Insistiu que deixar passar o programa do Governo não significa um cheque em branco, preocupado com a aprovação do Orçamento do Estado.

“Irei propor a todos os partidos com assento parlamenta­r a abertura de um diálogo para fixar uma agenda ambiciosa, eficaz e consensual de combate à corrupção. O objetivo é, no prazo de dois meses, ter uma síntese de propostas, medidas e iniciativa­s que seja possível acordar e consensual­izar”.

Procurou dar um sinal de que tem espírito de diálogo e vontade de negociar com todos, lançando um desafio à Oposição para que, em dois meses, possa ter medidas de combate à corrupção. Aproveitan­do as comemoraçõ­es dos 50 anos do 25 de Abril, disse que este esforço de consenso será uma forma de celebrar a democracia.

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