Cúmplice de raptor morto por PSP fica presa
Polícia que abateu sequestrador foi constituído arguido por homicídio em legítima defesa
A cúmplice do homem que foi morto a tiro na sequência do sequestro e roubo de um PSP, no apartamento do polícia em Benfica, Lisboa, foi ontem colocada em prisão preventiva. O elemento do Corpo de Segurança Pessoal da Polícia foi constituído arguido num inquérito por homicídio num contexto de legítima defesa e a investigação da Polícia Judiciária (PJ) continua para esclarecer as circunstâncias da morte.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, na madrugada de segunda-feira, o assaltante, Amílcar Pinto, 49 anos, abordou o agente da PSP quando este estava no interior do seu veículo, num semáforo, na zona de Algés, em Oeiras. Encostou-lhe uma pistola – que mais tarde se apurou ser uma réplica – ao pescoço, forçou-o a conduzir até um descampado onde a cúmplice o esperava no interior de um BMW que terá sido emprestado ao casal por amigos.
Obrigaram a vítima, que desconheciam pertencer à PSP, a entrar no BMW e conduziram até um multibanco, onde a forçaram a levantar dinheiro. Depois, foram até à residência do polícia, em Benfica.
Enquanto a cúmplice ficou à espera na entrada do prédio, onde apenas vivem polícias, o assaltante e o agente subiram ao apartamento deste último.
“Já no interior da residência, a vítima terá conseguido chegar à sua arma de serviço, tendo usado a mesma, neutralizando o suspeito, que acabou por perder a vida no local”, adiantou ontem a PSP.
Inspetores da PJ foram ao local para recolher depoimentos e outros elementos de prova. Levaram o agente e a cúmplice, entretanto detida nas imediações, e foram ambos interrogados. O elemento da PSP prestou os esclarecimentos necessários e regressou a casa, enquanto a mulher foi levada para o Tribunal de Instrução Criminal que lhe decretou a prisão preventiva como medida de coação. Está indiciada por sequestro e roubo.
OUTROS CRIMES
O casal, ambos toxicodependentes e desempregados, já tem antecedentes criminais por crimes de furto e roubo.
Para já, a investigação ainda não estabeleceu se o agente foi a primeira vítima que o casal abordou naquela madrugada. Mas existem suspeitas de que terão perpetrado outros roubos, em conjunto, nas últimas semanas, na Grande Lisboa.