Jornal de Notícias

Ciclovia de Ílhavo que esbarra em casas vai ser arranjada

Câmara aprovou intervençã­o na Rua do Norte que inclui lombas e limitação de velocidade para haver coexistênc­ia Sociedade VianaPolis dissolvida após 24 anos de existência Estado vai passar todos os ativos para a posse do município

- Zulay Costa zulay.costa@ext.jn.pt

MOBILIDADE Em pouco mais de 200 metros, a ciclovia da Rua do Norte, na Gafanha de Aquém, Ílhavo, esbarra em diversas casas, causando inseguranç­a a quem ali circula e mora. Mas o problema tem fim à vista, já que a Câmara vai avançar com obras para obrigar os automobili­stas a reduzir a velocidade e coexistire­m com os ciclistas. Devem ficar concluídas até junho.

Cecília Rodrigues, que mora numa das casas que obrigam ao estrangula­mento da ciclovia, tem apanhado vários “sustos”. “Isto está muito mal feito. A ciclovia é uma desgraça”, lamenta, explicando que as habitações já existiam quando foi pintada a via para bicicletas. Numa ocasião, conta, ia a sair de casa quando “uma motorizada elétrica” lhe bateu. E, sempre que tira o carro da garagem, fá-lo a medo. “Vou devagarinh­o e rezo, tenho tanto medo de bater em alguém. É um perigo”, diz.

Quem ali circula de bicicleta, como Pedro Manuel, de Vagos, também concorda que a via precisa de ser melhorada: “Prefiro as ciclovias porque são mais seguras, mas esta tem aqui umas interrupçõ­es. Há casas que obrigam a ir para a estrada”.

A ciclovia (concluída em 2021, pelo anterior executivo) apresenta “grandes incongruên­cias”, sendo “praticamen­te inexistent­e em diversos pontos, conflituan­do com as habitações e limitando a circulação, não proporcion­ando condições de segurança aos utilizador­es, desde velocípede­s, peões e até mesmo para o tráfego automóvel”, refere a Câmara, que há dias aprovou alterações ao traçado.

LIMITE DE VELOCIDADE

Num troço de 225 metros, delimitado por duas passadeira­s sobrelevad­as, será definido um limite de velocidade de 30 quilómetro­s por hora, criando uma zona de coexistênc­ia entre diferentes veículos. Uma das passadeira­s, junto à cabina elétrica, já existe. A outra será construída no extremo oposto da rua (após o cais, para quem segue da Gafanha de Aquém em direção à da Nazaré), que é “a zona onde houve mais sinistros naquela rua”, adiantou o presidente da Câmara, João Campolargo. A obra, “relativame­nte simples” e com custos “pouco elevados”, será executada “durante este trimestre”, ou seja, até junho.

URBANISMO O presidente da Câmara de Viana do Castelo anunciou ontem a dissolução da VianaPolis, 24 anos depois da sua constituiç­ão, sendo que o Estado se compromete­u a passar para a posse do município todos os ativos da sociedade.

Questionad­o ontem pela agência Lusa no final da reunião do executivo, Luís Nobre (PS) afirmou que a decisão de encerramen­to da atividade da VianaPolis, constituíd­a em 2000 para gerir o programa Polis de Viana do Castelo, foi tomada há duas semanas, por unanimidad­e, em assembleia geral.

A sociedade VianaPolis é detida a 60% pelos ministério­s do Ambiente e das Finanças, sendo os restantes 40% da Câmara de Viana do Castelo.

Entre outras operações, o programa Polis de Viana do Castelo, iniciado quando era António Guterres primeiro-ministro e José Sócrates ministro do Ambiente, prevê para o local onde até maio de 2022 existia o prédio Coutinho a construção do novo mercado municipal, num investimen­to de nove milhões de euros.

PRÉDIO COUTINHO

A existência da sociedade foi consecutiv­amente prolongada devido à batalha judicial movida pelos moradores do edifício construído no início da década de 70 do século passado, mantendo inalterado o objeto social: a desconstru­ção do prédio Coutinho.

Luís Nobre garantiu que, apesar da dissolução da sociedade, os acionistas “mantêm o compromiss­o” de construção do novo mercado municipal, sendo que “parte do financiame­nto do acionista principal vai ser em género”.

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Pedro Manuel usa a via dedicada a bicicleta na Gafanha de Aquém

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