Europeus querem mais emprego, saúde e segurança
Eurobarómetro recolheu opinião das populações antes das eleições de junho
Os portugueses estão pessimistas em relação ao futuro, mas reconhecem a importância da União Europeia (EU), que se prepara para ir a eleições em junho. O emprego, a luta contra a pobreza, a saúde e a segurança são os temas prioritários para a campanha.
Devido às consequências da pandemia de covid-19, a guerra na Ucrânia e a inflação, 56% dos portugueses consideram que o seu nível de vida diminuiu, uma perceção negativa que suplanta a média da União Europeia (UE), que se cifrou nos 45%. Há ainda 41% que acham que o nível de vida nos próximos cinco anos vai diminuir. Os dados constam do mais recente Eurobarómetro, que antecede as eleições europeias que, em Portugal, ocorrem a 9 de junho.
O documento revela que os temas que os portugueses querem ver tratados como prioridade durante a campanha são o apoio à economia e a criação de novos empregos (55% dos portugueses, acima da média de 31% da UE), a luta contra a pobreza e a exclusão social (52% dos portugueses, 33% dos europeus), e a saúde pública (48% dos portugueses, 32% na UE). A defesa e segurança da União Europeia surgem em quarto lugar tanto para a média portuguesa (25%), como para a média europeia (31%), uma preocupação a que não é alheia a invasão da Ucrânia.
Aliás, a paz (para 56% dos portugueses e 27% dos europeus), a democracia (29% portugueses, 33% UE) e a proteção dos direitos humanos (29% portugueses, 24% UE) são os valores que os parlamentares devem defender como prioritários nos próximos cinco anos.
TÊM IMPACTO NO DIA A DIA
De acordo com o barómetro, os europeus (73%) consideram que as ações da UE têm impacto na sua vida quotidiana. Em Portugal, a percentagem sobe para os 82%.
Jaume Duch, porta-voz do Parlamento Europeu, considera que o facto de nos últimos cinco anos terem existido várias crises – Brexit, pandemia e guerra na Ucrânia – criaram “mais visibilidade sobre o que é a UE”. As medidas tomadas deram “visibilidade e credibilidade” ao papel da UE, fazendo aumentar o “interesse” no próximo ato eleitoral. Oito em cada dez europeus (81%) e nove em cada dez portugueses (90%) acreditam que votar é ainda mais importante por causa da atual situação geopolítica.