Jornal de Notícias

Previsões do FMI são mais otimistas que as do Governo

Fundo Monetário Internacio­nal reviu em alta o cresciment­o económico deste ano para 1,7%

- Luís Reis Ribeiro luis.ribeiro@dinheirovi­vo.pt

É bastante raro de acontecer, mas o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) está mais otimista do que o Governo português quanto ao legado das políticas deixadas pelo anterior Executivo socialista (e ao impacto do Orçamento do Estado) em 2024.

De acordo com as novas projeções no estudo Perspetiva­s Económicas Mundiais, ontem divulgadas, num cenário de “políticas invariante­s”, ou seja, assumindo apenas o que já foi legislado e aprovado até finais de março, a economia portuguesa deve crescer 1,7% em termos reais este ano, previsão que foi revista em alta e que supera os 1,5% avançados anteontem no Programa de Estabilida­de (PE 2024-2028) pelo Ministério das Finanças, de Joaquim Miranda Sarmento.

De acordo com o FMI, a criação de emprego esperada para este ano também é significat­ivamente mais forte: o Fundo aponta para um acréscimo líquido de 1% no emprego nacional, ao

passo que o governo PSD-CDS só vê uma subida de 0,4%. É mais do dobro, segundo o FMI.

No desemprego, a instituiçã­o liderada por Kristalina Georgieva prevê uma descida da taxa de desemprego de 6,7% da população ativa em 2023 para 6,5%. O PE 2024-2028 considera uma estabiliza­ção nos referidos 6,7%.

Segundo o antigo credor, a inflação também pesará menos este ano do que espera o Governo. Para o FMI, o aumento dos preços no consumidor rondará 2,2% em 2024; para o Executivo de Luís Montenegro, a inflação média do ano deve

chegar a 2,5%. Nas contas públicas, o FMI aprova o mesmo valor de excedente previsto no OE socialista (que está em vigor), cerca de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB), mas aqui as Finanças já antecipam uma margem ligeiramen­te superior, de 0,3%.

Já no peso da dívida pública, Portugal sai melhor na fotografia internacio­nal. Ao passo que o Governo antevê uma descida do rácio de 99,1% do PIB em 2023 para 95,7% no final deste ano, o FMI estima que o corte no fardo da dívida possa ser superior em um ponto percentual, caindo para 94,7%.

 ?? ?? Anterior previsão apontava para cresciment­o de 1,5%.
Anterior previsão apontava para cresciment­o de 1,5%.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal