Expropriações batem recorde para construir nova via
Câmara de Viana paga 3,5 milhões de euros para garantir acesso rodoviário à zona industrial do Vale do Neiva
A construção do novo acesso rodoviário da zona industrial do Vale do Neiva, em Viana do Castelo, vai implicar o maior processo de expropriações alguma vez realizado no concelho. Em causa estão mais de um milhar de parcelas de terreno, integradas em áreas de Reserva Ecológica Nacional (REN). O processo expropriativo vai custar cerca de 3,5 milhões de euros e a futura via que ligará quatro parques industriais à autoestrada A28 (Viana-Porto), mais cerca de nove milhões. A estrada será construída com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) até dezembro de 2025.
No âmbito do processo de concretização da obra, o executivo municipal aprovou ontem, a Declaração de Utilidade Pública (DUP) da expropriação de 15 580 m2 de solo, com os votos favoráveis da maioria PS, do PSD (1) e independente (1), e contra da vereadora do CDS e abstenção da da CDU.
Segundo adiantou ontem o presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, o município mantém ainda expectativa de vir a acolher um novo investimento, anunciado em dezembro de 2022, de 150 milhões de euros, numa nova fábrica do setor eólico.
Trata-se de um projeto de produção de pás de rotor para turbinas eólicas da Nordex Acciona, que, de acordo com o autarca – que respondeu a uma questão do vereador independente Eduardo Teixeira, sobre o ponto de situação do projeto – continua a aguardar decisão por parte do investidor. “O investimento não foi abandonado mas tem uma dinâmica diferente”, referiu.
ASSEGURAR INVESTIMENTO
Em causa está a ocupação de uma área com 29,3 hectares, na freguesia de Vila Nova de Anha – situada a sul da Ribeira de Anha e a nascente do acesso ao porto de mar (antiga EN 13-3)–, e que levou a autarquia a avançar em 2022 com a suspensão parcial do Plano Diretor Municipal (PDM).
“Foi-nos pedido mais tempo e pode haver necessidade de repetir atos administrativos [como o pedido de suspensão do PDM] para assegurar o investimento”, disse Luís Nobre, adiantando que também “há interesse de outras empresas de se instalarem naquele sítio”.