A Quinzena de Cannes vai ter três filmes portugueses
Curtas de Inês Lima e Paulo Carneiro e uma longa de Frederico Lobo
CINEMA Depois da seleção de “Grand tour”, de Miguel Gomes, para a competição pela Palma de Ouro de Cannes, o que não sucedia há 18 anos a um filme português (“Juventude em marcha”, de Pedro Costa, 2006), o festival francês, que começa a 14 de maio, revelou que há mais três obras nacionais, na Quinzena de Cineastas.
São: a longa-metragem documental “A savana e a montanha”, de Paulo Carneiro; e as curtas “O jardim em movimento”, de Inês Lima, e “Quando a terra foge”, de Frederico Lobo.
O filme de Paulo Carneiro, coprodução da Bam Bam e o Uruguai, é um documentário em formato de western e passa-se em Covas do Barroso, com enredo à volta da polémica exploração de lítio. O autor disse ao JN que “o cinema pode dar esperança e visibilidade a uma luta que se faz no terreno mas que pode e deve ser também discutida na arte”, numa obra em que “David engenha esquemas contra Golias e que pode ganhar – para o bem de todos nós”.
LOBO: “É UM PRIVILÉGIO”
Por seu lado, Frederico Lobo, do Porto, aborda em “Quando a terra foge”, produção da Terratreme, histórias dos viajantes que desde toda a África tentam chegar à Europa. A rodagem decorreu na raia transmontana.
Ao JN, o realizador confessou que “estrear um filme na Quinzena é um privilégio e, espero, um bom ponto de partida para poder ser visto numa sala de cinema”.
Por último, a cineasta Inês Lima leva a Cannes “O jardim em movimento”, a sua terceira curta-metragem. A autora define-se como uma artista independente que explora as possibilidades da imagem em movimento, paisagens sonoras, escrita e programação.