“Barão da Pasteleira” acusado de tráfico
Ministério Público acusou ainda outros 36 membros da organização que dominava o Bairro da Pasteleira Nova
As rusgas da PSP em março do ano passado aos laboratórios que a rede “Pica-Pau/Picolé” usava para “cozinhar” cocaína e heroína foram essenciais para a queda de Fábio Ribeiro, de 36 anos, que dominava o tráfico de droga no Bairro da Pasteleira Nova, no Porto.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), ontem concluída, a detenção de alguns dos principais colaboradores e a apreensão de uma grande quantidade de droga provocaram um prejuízo elevado, que obrigou o “Barão da Pasteleira” a expor-se em demasia. Fábio Ribeiro acabaria detido, no âmbito de uma grande operação policial, em 20 de abril do ano passado, e, agora, foi acusado de associação criminosa e tráfico de droga.
Tal como o “Barão da Pasteleira”, outros 36 traficantes, incluindo a namorada Rafaela Lima, foram acusados. Todos por tráfico de estupefaciente e cinco dos elementos da cúpula da rede criminosa também por associação criminosa.
Refere a acusação do MP, consultada pelo JN, que Fábio Ribeiro viveu uma primeira fase de grande fulgor. Líder de uma rede hierarquizada e organizada, o “Barão da Pasteleira” deslocava-se esporadicamente aos pontos de venda mas não tocava na droga que vendia. Aliás, só uma vez por dia tinha contacto com um dos seus colaboradores, para recolher os lucros do tráfico.
Porém, com os “cozinheiros” atrás das grades, Fábio Ribeiro viu-se forçado a intervir nas atividades operacionais e passou, inclusive, a misturar a droga que traficava, num apartamento do bairro que ficou conhecido como “supermercado da droga do Norte”.