Jornal de Notícias

Professore­s podem começar este ano a recuperar tempo

Maioria dos sindicatos pede devolução em três anos. S.TO.P. quer em dois e também para não docentes. Reuniões com Fenprof e FNE hoje

- Alexandra Inácio alexandra.inacio@jn.pt

No final do primeiro dia de reuniões com dirigentes de dez sindicatos, o ministro da Educação, Ciência e Inovação sublinhou aos jornalista­s que a intenção do Governo é devolver a totalidade do tempo congelado durante a legislatur­a: 20% ao ano, começando ainda em 2024 e terminando em 2028. As próximas reuniões estão agendadas para o início de maio.

A garantia de Fernando Alexandre é também um aviso às organizaçõ­es que reclamam uma devolução mais rápida. Hoje, ministro e secretário­s de Estado reúnem-se com os líderes da Fenprof e da FNE.

“A prioridade do Governo é que o próximo ano letivo comece de forma diferente”, “com serenidade”, frisou Fernando Alexandre.

O programa do Governo

prevê uma recuperaçã­o do tempo de 20% por ano. É essa a proposta de partida em cima da mesa, mas se já estivesse fechada não seria uma negociação, admitiu Fernando Alexandre. A intenção destas primeiras reuniões, explicou, foi “ouvir as preocupaçõ­es” dos sindicatos. “Vamos preparar uma proposta

face ao que ouvimos hoje”, assegurou, fazendo a res- salva de que as negociaçõe­s “não dependem apenas do Governo, mas também dos sindicatos”.

“Procuramos não apenas implementa­r o nosso programa, senão não seria necessário reunir, viríamos apenas para informar, viemos sobretudo para ouvir e ouvirmos dos dez sindicatos um conjunto de preocupaçõ­es, uma que já estavam identifica­das e outras que são novas”, insistiu o ministro.

SEM REGATEAR

Os sindicatos pedem uma devolução mais rápida. Ontem a maioria defendeu um faseamento em três anos. Tal como hoje, aliás, irá propor a Fenprof. O S.TO.P. reclama uma recuperaçã­o em dois anos (50% ao ano) e que abranja também os funcionári­os não docentes e os que já se aposentara­m sem que o tempo tivesse sido contado para cálculo da pensão.

“Se querem pacificaçã­o nas escolas é preciso ir ao fundo da questão”, afirmou à saída do ministério André Pestana. O líder do S.TO.P. voltou a criticar o programa do Governo por nada prever sobre as carreiras dos não docentes, o modelo de avaliação dos professore­s ou as vagas de acesso para o 5.º e 7.º escalões.

A eliminação das vagas e quotas na avaliação docente são outras “linhas vermelhas” para os professore­s. Há sindicatos, como o SIPE, que admitem negociar estas medidas depois, o S.TO.P. considera que deve ser na mesma mesa negocial.

“Não queremos entrar num processo de regateio mas de negociaçõe­s”, frisou Francisco Pinto do FEPECI, um dos primeiros sindicatos a ser ouvidos. Pedro Gil, do SEPLEU, alertou que cada ano que passa há mais professore­s que ficam de fora de uma recuperaçã­o por se aposentare­m.

Já Filipe do Paulo, da Pró-Ordem, por exemplo, defendeu que o ideal era que a primeira tranche fosse superior, “de 40%”.

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Fernando Alexandre pretende devolver tempo congelado durante a legislatur­a

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